Unaí inova e já tem “bicicletovia”‏

   

    Não estou fazendo uma brincadeira nem estou sendo maledicente. A ciclovia já está construída há anos e os “bicicleteiros” já ocuparam seu território. Ocuparam território? Estamos em uma guerra? Nãoooo… Está havendo apenas uma inversão. Os tênis foram substituídos por duas rodas. Isso mesmo. O calçadão no Córrego Canabrava, construído com o objetivo de que a população unaiense tivesse um lugar para fazer suas caminhadas, ou mesmo correr, de quê eu não sei. Mas a verdade é que esse espaço não há mais lugar para quem deseja cuidar da saúde saindo do ócio físico, tornear as pernas, nem mais sonhar com a barriguinha tanquinho. O calçadão agora pertence aos chamados “invasores pneumáticos de duas rodas.”

      A invasão não aconteceu de repente. Ela não foi estabelecida. Veio de mansinho, sem o compromisso com nenhuma lei. Ela veio com a postura brasileira de que lei foi feita para ser desobedecida, espezinhada. Ela veio com o pensamento filosófico de uma linha sustentada pela permissividade de valores oriundos da ausência de educação, de ética e moral. E diante dessa triste ausência de quase tudo, o corguinho foi premiado e os estragos já estão ocorrendo; o medo já instaurou naqueles que fizeram do calçadão o seu “pão nosso de cada dia.” Verdade seja dita: beleza ali não há. Faltam árvores, flores, enfim belezas para o olhar. Mas cimento existe sim, A pouca água que existe no Canabrava quando desliza não corre riscos de encontrar pedras no caminho, mas pode deparar com sofás velhos, pedaços de paus, tênis, botinas, animais mortos, o que caracteriza uma moldura alegórica…

      Exagerando? Eu? Claro que não. Acreditem ou vençam seus medos e vão até lá constatar. Óbvio que há necessidade que fiquem bem atentos. Os “bicicleteiros” podem inadvertidamente lhes atropelar. E o mais grave, não reclamem, não chorem, mesmo que a dor seja intensa. Eles estão sustentados pela impunidade vigente em nosso país e claro, em nossa cidade. Por esse motivo, se quiserem conservar a integridade física e psicológica finjam que não ouviram as palavras ameaçadoras: “Não reclame, de repente você pode não voltar mais aqui.” Interpretem como quiserem. Eu ia achar que estava sendo” convidada” a fazer minha morada no céu.

      Ah, não leve seu celular. O risco é grande de ficar sem ele. Os “bicicleteiros”, ou mesmo alguns caminhantes disfarçados podem lhe pedir emprestado. Por favor, não negue o empréstimo, melhor mesmo é ser cristão e fazer a doação. Evite também o caminho das pedras. Esse lugar está onde existe um poste. Nesse nosso chão existem muitas pessoas que amam a escuridão. E por amarem demais o breu apagam as lâmpadas atirando pedras. Acredito que essas pessoas não sabem que não precisam fazer tal esforço… Pode ser que elas estejam apenas fazendo musculação para ficarem “bombadões.” Uma cultura à beleza unaiense ou atheniense? Mas é moda, e todos eles querem ser iguais… Nelson Rodrigues se estivesse vivo, iria aplaudir tamanha igualdade!

       Para encerrar, mesmo que sua curiosidade extrapole a normalidade, evite ir ao calçadão em horários noturnos. Ali você não será bem-vindo. Sentados no chão – porque já depredaram inúmeros bancos – nas proximidades do Corpo de Bombeiros, jovens descansam entre uma baforada de maconha, ou “quebrando” uma pedrinha de crak. Ali eles vão lhe convidar com intimidade de sobrinhos (as): “vaza tio… vaza tio… aqui não tem nada pra você… rápido… rápido…

       Diante de tudo isso você deve estar se perguntando se não há placas que avise os desavisados? Há sim. Bem, havia. Hoje não sei se ainda estão lá. Talvez essas pessoas “bicicleteiros” ou não, sejam os chamados “analfabetos funcionais” – nome bonito para designar uma realidade triste. Pode ser que sejam literalmente analfabetos ou os chamados “baderneiros de plantão.”

     A verdade é que a nossa população está perdendo espaço para aqueles que depredam e matam as nossas esperanças de uma cidade melhor!

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