Hoje acordei tarde, muito tarde.
Mas me escaparam o dia, as horas,
Pus o véu da vergonha.
Se me perguntasse sobre a alegria
De estar viva, eu diria que escapei da tristeza.
Eu só tenho a lembrança
Do ocre da noite parindo o amanhã.
Amanhã, torrões de poeira visíveis,
Um facho de luz adentrando o quarto ao lado,
No ar o odor anunciando de álcool.
Amanhã, acordarei cedo
Recomeço a existir
Remeto a uma fatia de sonhos.
Do livro “Círculo do Sol”
Autoria de Alda Alves Barbosa
Alda, muito bom este texto, mas não entendi se foi um sonho ou um porre? ressaca talvez?
Orlando.
rsrsrs, eu não bebo Orlando, não sei que gosto tem uma cerveja, um vinho… nada mesmo. Fumava muito, há três anos parei sem o mínimo sofrimento. Hoje só tenho um vício, ler e escrever. Mas aquele poema foi escrito quando da doença da minha mãe , mal de alzheimer ( não sei se assim que se escreve) ela ficou “fora do ar” durante anos, parou de andar e não vivia mais neste mundo, acho que nem em outro. Montamos uma estrutura hospitalar em casa, eu e minha irmã éramos as enfermeiras. Passávamos todas as noites em claro, pois tínhamos que mudá-la de posição para evitar escaras, e além do mais eu fazia aspiração nela durante toda a noite e durante o dia também, senão ela poderia morrer sufocada. A comida era através de sonda, nâo era um cenário bom de se ver. Então um dia eu me recostei na poltrona do quarto e dormi muito, só acordei às 15 hs. Fiquei envergonhada, daí o cheiro do álcool, o acordar tarde, a vergonha de ter “abandonado” minha mãe devido ao cansaço… Ela se foi há cinco anos, mas tudo é muito nítido em minha memória. Foi isso meu amigo, coisas da vida, o destino de todos nós, mas muito difícil de aceitar. Leia novamente, e nas entrelinhas vc verá toda a situação. Um grande abraço. Alda
Alda,
Reli o poema e agora tive outra visão, eu não sabia da doença de sua mãe. Parabéns por parar de fumar não beber (viva a saúde). Eu também nunca fumei e ha mais de 35 anos não bebo (sou atleta até hoje) a última vez que bebi foi na juventude, um porre com Zé Inácio, chegamos em casa até “tronchos” acho que ele se lembra. levamos uma surra. Eu parei, ele virou político.
Orlando, foi uma fase difícil, ainda não está sendo fácil apesar dos muitos anos que já se foram, mas é necessário que sigamos em frente, não é mesmo? Sim, parei de fumar há 3 anos, não sei o que aconteceu, mas se eu lhe disser que sofri um pouquinho sequer estarei mentindo, nem por um instante senti falta do cigarro, a impressão que eu tive e continuo tendo é que nunca fumei. Os parabéns não devem ser para mim, mas sim para vc, ainda um atleta… e eu de cá na minha eterna prequiça do esforço físico… Um grande abraço e feliz ano novo para vc e sua família.
Tiiaa você é d+
Obrigada meu lindo,mas quem é d+ é você!
Beijos minha criança inteligente. você “o cara”. Beijos