Hoje acordei tarde, muito tarde.
Mas me escaparam o dia, as horas,
Pus o véu da vergonha.
Se me perguntasse sobre a alegria
De estar viva, eu diria que escapei da tristeza.
Eu só tenho a lembrança
Do ocre da noite parindo o amanhã.
Amanhã, torrões de poeira visíveis,
Um facho de luz adentrando o quarto ao lado,
No ar  o odor anunciando de álcool.
Amanhã, acordarei cedo
Recomeço a existir
Remeto a uma fatia de sonhos.

Do livro “Círculo do Sol”
Autoria de Alda Alves Barbosa

6 pensamentos sobre “

    • rsrsrs, eu não bebo Orlando, não sei que gosto tem uma cerveja, um vinho… nada mesmo. Fumava muito, há três anos parei sem o mínimo sofrimento. Hoje só tenho um vício, ler e escrever. Mas aquele poema foi escrito quando da doença da minha mãe , mal de alzheimer ( não sei se assim que se escreve) ela ficou “fora do ar” durante anos, parou de andar e não vivia mais neste mundo, acho que nem em outro. Montamos uma estrutura hospitalar em casa, eu e minha irmã éramos as enfermeiras. Passávamos todas as noites em claro, pois tínhamos que mudá-la de posição para evitar escaras, e além do mais eu fazia aspiração nela durante toda a noite e durante o dia também, senão ela poderia morrer sufocada. A comida era através de sonda, nâo era um cenário bom de se ver. Então um dia eu me recostei na poltrona do quarto e dormi muito, só acordei às 15 hs. Fiquei envergonhada, daí o cheiro do álcool, o acordar tarde, a vergonha de ter “abandonado” minha mãe devido ao cansaço… Ela se foi há cinco anos, mas tudo é muito nítido em minha memória. Foi isso meu amigo, coisas da vida, o destino de todos nós, mas muito difícil de aceitar. Leia novamente, e nas entrelinhas vc verá toda a situação. Um grande abraço. Alda

  1. Alda,

    Reli o poema e agora tive outra visão, eu não sabia da doença de sua mãe. Parabéns por parar de fumar não beber (viva a saúde). Eu também nunca fumei e ha mais de 35 anos não bebo (sou atleta até hoje) a última vez que bebi foi na juventude, um porre com Zé Inácio, chegamos em casa até “tronchos” acho que ele se lembra. levamos uma surra. Eu parei, ele virou político.

    • Orlando, foi uma fase difícil, ainda não está sendo fácil apesar dos muitos anos que já se foram, mas é necessário que sigamos em frente, não é mesmo? Sim, parei de fumar há 3 anos, não sei o que aconteceu, mas se eu lhe disser que sofri um pouquinho sequer estarei mentindo, nem por um instante senti falta do cigarro, a impressão que eu tive e continuo tendo é que nunca fumei. Os parabéns não devem ser para mim, mas sim para vc, ainda um atleta… e eu de cá na minha eterna prequiça do esforço físico… Um grande abraço e feliz ano novo para vc e sua família.

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