Domingo…

gato3
Amanhecendo… o domingo vai preguiçosamente despertando! Um ruído aqui, outro ali… tudo insuportavelmente devagar…O domingo quer continuar domingo, quer dormir – Não deseja acordar porque a vida está dormindo… A vida de todos dorme! Mas ele precisa despertar. O planeta está girando… o pião gigante gira, gira, gira, gira e ele acompanha essa pressa sem pressa. Ele pertence ao mundo dos rodopios rápidos, das ânsias dos vômitos, dos cansaços, dos vazios…Com o voo do tempo os domingos passam … as pessoas acordam…e dormem… e acordam…para novamente dormirem.

Sem o sono, sem a preguiça, o domingo não é!

Ando devagar

download
Há décadas ando devagar… Um arrasto cansativo, uma espera dolorida de quem precisa chegar. Chegar… Não sei onde desejo chegar, mas sei que não desejo ficar.

Preciso ir, mesmo que seja devagar; cada passo um arrasto… Mas já dei um passo, desplantei-me do chão num impulso do passo..

Fico a pensar onde preciso ir… mas que importância tem onde ir? O importante é ir.

Não tenho pressa para chegar mesmo porque não sei onde desejo chegar.

Minha alma deseja o voo, mas perdi minhas asas ou cortaram-na. Não tenho certeza se foi uma coisa ou outra, sei que estou amputada… e eu me arrasto com os pés no chão, aterrizada… ou aterrorizada?

Alda Alves Barbosa

Melodia

600148_627669010583913_2100907118_n
Dentro de mim
ecoa uma música
leve… suave…
Dela me lembro –
Como não lembrar do
meu ser pulsante
enlaçada em teus
braços adolescentes?

Dentro de mim
ecoa uma música
leve… suave…
E com ela alço voo
ao teu encontro
num passado distante
onde cinzas de nós
estão sepultadas.

Dentro de mim
ecoa um música
um réquiem com
cheiro de chuva
eterna saudade,
um pranto contido,
uma tristeza disfarçada

De risos…

Alda Alves Barbosa

Um dia fui primavera

10544365_556024851168116_6187171975657494817_n

 

 

 

 

 

 

 

 

Recordo-me do que fui antes
Gostaria de não recordar…
Lembro-me que fui primavera
E fiz plantios de rosas

Meus braços nos
ontens tão fortes
eram como asas
prontas para voo

E porque a primavera
Se foi, as rosas quedaram
Meu canto emudeceu e
Eu ainda busco meus sonhos
Num voo lento.

Tudo por causa da chuva!

Alda Alves Barbosa