Dualidade

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Trilhei caminhos e descaminhos a procura de ti. Percorri estradas escrevendo versos dos reversos… Deserto plantado por ti na minha vida. Despi meu coração, e nu, não sinto tédio, não sinto dor, não sinto nada. O que fui não sou mais.

Afastei-me de ti, da sua sombra… O frio da tua ausência foi sepultado. Mas em obscuros momentos costumam ressuscitar. Meu mundo fica estreito e derrama fragilidade – Caverna sem fim!

O que sou sem ti? Como saber se meu coração está realmente vazio? Como obter respostas se não sei se o que sinto é real ou irreal?

Sinto tanto sono! Sinto uma imensa vontade de continuar a caminhada… Meu coração está vazio, sem tédio, sem dor…

Ah, esta dualidade turbulenta!

Vivência

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E essa obrigação de tornar
silêncio o que em mim canta.

E essa obrigação de apagar
fogueiras que me consomem.

E essa tristeza de reprimir
soluços de fomes, de sedes, de dor…

E essa tristeza de não ter esperas,
encontros,desencontros…

E essa chama a arder…
Vontade de vida… de morte… vontade de viver!

Alda Alves Barbosa