Apesar de intenso…

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E em silêncio eu amava… Amava intensamente muitas… tantas… muitas! Amava com prazo de validade. Meu amor poderia durar até o outro amanhã ou até a próxima hora… Nenhum amor ficou para presenciar o nascimento dos vincos em meu rosto; nenhum amor ficou para ver os rios de águas azuis desaguando em minhas mãos; nenhum amor ficou para me desamar.

Hoje procurei vidas pelos cantos de minha vida. Não ouvi nenhum choro,nenhum riso… O espelho, amarelecido por décadas de inércia refletia com dificuldades um rosto duro, um olhar raso, muitas ranhuras pelo corpo molemente descolorido, miserável… Ali residia um corpo sem vida, coberto de tempo!

Alda Alves Barbosa

Além do cimento

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Acordei buscando esse dia… Percorri longas estradas e humildes caminhos. Buscava a beleza; pequenos detalhes que me trazem felicidade. Não, não são detalhes, meu olhar necessita dos enfeites coloridos para que eu não me sinta tão incompleta! Por isso busco a simplicidade do belo.

E meu sonho viajou pelas estrelas, correu atrás das águas, dormiu nos sepulcros da árvores… Meu sonho queria morrer. Decidira fazer companhia aos restos mortais do cerrado.
Repensou. Optou na continuidade da busca… Meus cabelos pratearam, meu rosto encheu-se de vincos – lado sombrio da vida – e eis que vi meu sonho real, simples, doçura de cores, pétalas amarelas, rosa, vinho – rendas multicores trazidas pelo sol e pelo luar! Estavam aqui, belas e imponentes desmanchando-se ao vento, colorindo o chão com tapetes bordados!
Um sonho real ainda pequeno, mas eu sonho grande e acredito nos amanhãs!

Alda Alves Barbosa

Galeria:

Bairro: Bela Vista. Rua Santos Dumont, Castro Alves e Delvito Alves
Fotos: Ana Maria Moraes Carvalho