Palavras ao Vento

Palavras-ao-vento

Teci tantos versos
Para ti, amor
Rasguei-os…
Devolvi-os ao vento.
Não foi o vento que
o trouxe para mim?

E se relâmpagos cortarem
Os céus e um temporal cair
Que ele leve teus restos
em direção ao nada,
Ao nada que restou de
ti em mim.

Teci tantos versos para ti, amor!

Alda Alves Barbosa

Pai

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A todos os pais e a todas as mulheres que exercem o duplo papel de pai e mãe, o meu abraço! Parabéns pelo seu dia!

Pai

Pai, após tantos anos eu ainda o procuro e o encontro em cada traçado das nossas ruas e na Cachoeira do Rio Preto rasgando pedras com dedos feridos.

Vejo-te ó pai, entre as serranias desse cerrado, na melodia das picaretas abrindo caminhos para outras realidades.

Procuro-te nas águas silenciosas do Rio Roncador que parecem observá-lo substituir a claridade da lua pelo sêmen da modernidade.

Encontro-te pai, na floresta de espinhos rasgantes, memória triste da Rua Grande, enquanto na “boca da ponte,” nós, teus filhos, o esperávamos para aquecer teu coração.

Vejo-te em nossa casa com o olhar enternecido diante daqueles que aprenderam a andar nas pontas dos pés e abafar seus gritos.

Encontro-te pai, na brisa que passa lentamente, na poesia que escoa pelas minhas mãos… Saudades escritas trilhadas no teu DNA. Para ti são todos os meus versos. Neles eu te reencontro com passos leves, lentos como a lágrima que guardo em meus olhos.

Uma dor inabortável lateja! Paiiiiii…

Alda Alves Barbosa

Talvez

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Dormi demais! Acordar implica em viver, em morrer. Não desejo viver, nem morrer. Desejo apenas dormir… prolongar o tempo da minha ausência no cotidiano. Não estou na vida de ninguém, ninguém está na minha vida… Vivo no vazio do sono sem os pesadelos do real.

Hoje meu universo são as paredes do meu quarto. Nele eu vivo o que hoje eu desejo viver: o sono.

Talvez quando a madrugada chegar eu a abrace… escreva uns versos. Talvez… Porque hoje eu só desejo dormir.

O amanhã… O que me importa o que está por vir? Quando o amanhã se tornar hoje, talvez eu queira continuar dormindo, ou não.
Tudo é um talvez!…

Alda Alves Barbosa