Palavras ao Vento

Palavras-ao-vento

Teci tantos versos
Para ti, amor
Rasguei-os…
Devolvi-os ao vento.
Não foi o vento que
o trouxe para mim?

E se relâmpagos cortarem
Os céus e um temporal cair
Que ele leve teus restos
em direção ao nada,
Ao nada que restou de
ti em mim.

Teci tantos versos para ti, amor!

Alda Alves Barbosa

Além do cimento

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Acordei buscando esse dia… Percorri longas estradas e humildes caminhos. Buscava a beleza; pequenos detalhes que me trazem felicidade. Não, não são detalhes, meu olhar necessita dos enfeites coloridos para que eu não me sinta tão incompleta! Por isso busco a simplicidade do belo.

E meu sonho viajou pelas estrelas, correu atrás das águas, dormiu nos sepulcros da árvores… Meu sonho queria morrer. Decidira fazer companhia aos restos mortais do cerrado.
Repensou. Optou na continuidade da busca… Meus cabelos pratearam, meu rosto encheu-se de vincos – lado sombrio da vida – e eis que vi meu sonho real, simples, doçura de cores, pétalas amarelas, rosa, vinho – rendas multicores trazidas pelo sol e pelo luar! Estavam aqui, belas e imponentes desmanchando-se ao vento, colorindo o chão com tapetes bordados!
Um sonho real ainda pequeno, mas eu sonho grande e acredito nos amanhãs!

Alda Alves Barbosa

Galeria:

Bairro: Bela Vista. Rua Santos Dumont, Castro Alves e Delvito Alves
Fotos: Ana Maria Moraes Carvalho

Dentro de mim

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Dentro de mim reside
a alma do mundo.
Por isso sou feita para a
solidão. Solidão antiga igual
a sempre: sempre solidão,
sempre solitária – Um fio cristalino,
perene vida, escura imensidão.
Como cheguei aqui? Como sairei?
Poucos passos… Muitos passos…
Vento… Percepção invisível, mensageiro
das despedidas, selvageria das horas. Fim.

Alda Alves Barbosa