Numa tarde sonolenta

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O livro descansava no meu colo. Nenhuma página virada. Pasmaceira dos dias quentes, lentos e tristes. Aguardo quieta a chegada da noite. Ela chega nas sombras desiguais, ardente, infinda. E eu penso em ti, em mim… pasmaceira do cansaço, envolta em teus braços à espera da noite com seus luares tristonhos.

Alda Alves Barbosa

Noite destronada

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 E a noite chega vagamente, lentamente. Noite rainha, rainha sem trono. Noite silente com estrelas reluzentes em tua roupagem. Roupa de noite.

Vem noite, vem sozinha. Traz em tuas mãos o nada! Preciso de pouco para viver, para morrer. Viver na noite, morrer no dia? Estranha vida a minha. Vida ao avesso. Avesso de quê? de quem? Interrogações em demasia. Respostas poucas ou nenhuma. Não penso nas perguntas; não penso nas respostas. Não pensar é abraçar tudo intimamente. É ver a alma inteira transbordando de nada.

Amo as noites por serem tristes e silenciosas!

Alda Alves Barbosa

Ilusão

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Tenho sonhos tristes… Ou não são apenas sonhos; sou triste. Desejo viver num país onde ser feliz é simplesmente ser feliz. Feliz sem motivos. Nascer e viver. Viver como se nasce, sem saber o porquê.
Alma vazia, sonho de quietude, silêncios. O mesmo curso do viver. Ser feliz é apenas ser: ser o acordar; agradecer a promessa do dia; aguardar o passar das horas; crer e descrer; algemar o choro, desalgemar o riso. Felicidade é deixar de ser… é cansar de ser.
Minha vida jaz nos jardins perfumados dos sonhos – Ilusão

Alda Alves Barbosa