Porque hoje começa a primavera

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Em quantas primaveras
ouvi teus passos na
poeira vermelha, no
lamaçal gelatinoso do
Capim Branco?

Em quantas primaveras
ouvi teus risos, teus lamentos
no eco das serranias, numa
cascata de ais?

Em quantas primaveras
vi desabrochar flores,
rosas brancas
rosas vermelhas,
as coloridas e tímidas onze horas,
as margaridas sacrossantas
pinceladas brancas
despertando o sol?

Quantas primaveras se foram…
Não ouço mais nenhum passo
nenhum riso, nenhum lamento…
O tempo varreu a renda do luar,
musical poesia na dança dos teus passos.

Laços desfeitos…
rasgos profundos na alma,
no olhar, as ruínas de um tempo,
e fico presa às primaveras onde
deitam as margaridas e as onze horas.

Alda Alves Barbosa

Além do cimento

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Acordei buscando esse dia… Percorri longas estradas e humildes caminhos. Buscava a beleza; pequenos detalhes que me trazem felicidade. Não, não são detalhes, meu olhar necessita dos enfeites coloridos para que eu não me sinta tão incompleta! Por isso busco a simplicidade do belo.

E meu sonho viajou pelas estrelas, correu atrás das águas, dormiu nos sepulcros da árvores… Meu sonho queria morrer. Decidira fazer companhia aos restos mortais do cerrado.
Repensou. Optou na continuidade da busca… Meus cabelos pratearam, meu rosto encheu-se de vincos – lado sombrio da vida – e eis que vi meu sonho real, simples, doçura de cores, pétalas amarelas, rosa, vinho – rendas multicores trazidas pelo sol e pelo luar! Estavam aqui, belas e imponentes desmanchando-se ao vento, colorindo o chão com tapetes bordados!
Um sonho real ainda pequeno, mas eu sonho grande e acredito nos amanhãs!

Alda Alves Barbosa

Galeria:

Bairro: Bela Vista. Rua Santos Dumont, Castro Alves e Delvito Alves
Fotos: Ana Maria Moraes Carvalho