Burburinho

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A noite é escura, mas eu não a sinto assim, escura; eu a sinto cheia, clara, silenciosa, solitariamente poética. Solitária, sim… poética, sim… Um convite à observação, ao encontro com os sonhos. Sonhos que sonho acordada para viver a esperança. Esperança de quê? Sei lá… Pra que saber, se o que importa é que eu tenha esperanças para que o sentido de minha vida seja inventado. O sentido da vida é mutável. Hoje eu desejo viver por nada… Amanhã eu desejo continuar vivendo porque preciso percorrer estradas… pra chegar onde? Viver não precisa de chegadas nem partidas; estamos sempre em processo de ir…

E assim vou renovando os sentidos, as necessidades de tecer laços de fitas para presentear os significados que dou ao meu viver. Não será esta tessitura um sentido da vida?

Preciso dormir… Preciso de sossego para morrer por algumas horas. Como abraçar os sonhos em meio a tanto burburinho? Ó dia, preciso dormir para ressuscitar no crepúsculo! E imploro ao Senhor para que me dê essa lua e empreste-me as estrelas… Preciso viver… a poesia!

Alda Alves Barbosa

Juntos

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Hoje não vivi nenhuma morte
ninguém partiu; desatei os nós
da vida e por isso vivi mais.

Vivi mais porque
não dei adeus a ninguém
não me perdi de mim
encontrei-me em todos os
lugares que estive

Estive em tantos lugares
minha alma estava onde
meu corpo estava. Corpo e
alma juntos, em paz
sem partidas
sem mortes
nus.

Alda Alves Barbosa.