O sono que cai sobre mim

0a243622ffd2b4a07d476a0b7985a758 Pelas frestas das janelas dei conta que já era quase noite. Dentro de casa a luz apagada dava um ar lúgubre, sombrio. A cama em desalinho; livros e remédios disputavam espaço dentro da bagunça. Um gato em seu eterno sono há dias parara de ronronar. Nunca me lembro de colocar as pilhas. TV ligada há dias ininterruptamente – vozes que não escuto e imagens que não vejo. No corredor o silêncio do abandono. Na floreira flores murcham e despetalam. Em um canto as margaridas brancas e por isso virgens, mudam de cor… Perderam a virgindade!

Em cima da mesa uma jarra aguardava a pureza das margaridas para enfeitar a vida dos amanhãs. Em meio ao caos fecho os olhos.

Não espero nada, não espero ninguém. A eternidade é o sono que cai sobre mim!

Sonho? Realidade?… Amanhã saberei!

Desejos

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Fragmentar o tempo em meses para culminar em anos seria um retorno à esperança? Fazer planos, recomeçar, mudar os rumos ou simplesmente anular mentalmente o que não foi bom?

Uma pausa imaginária para reformular os sonhos! Sim, imaginária, mas necessária. Viver sem “pausas” cansa, entedia… É bom esperar o que está por vir.

Para você, amigo, parente amigo, desejo que faça uma pausa para olhar as estrelas, para ver a lua inteira, pela metade… desejo que faça uma pausa para sentir na pele o calor, o frio, os pequenos pingos d’água que caem dos céus.

Desejo que arrume um tempinho para debruçar seu olhar naquele que reside ao seu lado, naqueles que residem nas ruas tropeçando, caindo atropelados pelo caos interior.

Desejo que seu olhar pouse sobre a natureza, que ouça o canto das águas e o farfalhas das folhas das árvores, o canto dos pássaros…

Desejo que desenvolva o espírito de cidadania e cuide de sua cidade, lembrando sempre que somos nós os administradores de nossa terra ou da terra que escolhemos para morar.

“Que você viva, viva muito, uma vida bem vivida” e que deseje apenas o que não pode prescindir “ por exemplo, DEUS!
Feliz 2016
Com carinho e respeito
Alda

Horas Mortas

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Alguma coisa dentro de mim se quebrou. Nenhum brilho na noite… Meus gritos esgotaram, sobraram os ecos ensurdecedores explodindo em meu ser. Roubaram-me os sonhos. Dentro de mim há apenas um vácuo, um deserto, um rio sem movimento. Canções mortas para uma alma morta.
Tirei os olhos dos amanhãs!

Alda Alves Barbosa

Adeuses

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Nos teus olhos
Meu cansado olhar
Encontra amor
Deus vagar.

Nos teus braços
Meu corpo desamado
É amado… embalado
Adeus solitude,
Braço sagrado.

Nos teus lábios
Minha sedenta boca, vazia
Bebe água doce
Adeus melancolia.

No teu corpo
Meu ser tão frio
Aquece a gosto
Adeus secura,
Adeus estio.

Ronair Gama

Eu e o luar

olhando a lua
Envolvida nos liames da
noite, o luar chorou.
Eu, só na escuridão
noturna encontrei nas
lágrimas do luar a
minha companhia.
Eu e o luar
Nós e as lágrimas…
Um réquiem nos braços
da noite.
Fios do pensamentos
estilhaçados, olhos
do luar molhados
Meu olhar molhado
de luares.

Alda Alves Barbosa

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Louvação

Louvação

Louvação

Louvo a ti, amor
Teus olhos
Teus braços
Tuas mãos…

Louvo a ti, amor
Teus olhos nos meus
Teus braços em meus abraços
Tuas mãos entrelaçadas às minhas.

Louvo a ti, amor
Teu suor em meu corpo
Teu corpo em meu corpo
derramando sementes.

Louvo a ti, amor
Tu me levas ao céus!

Alda Alves Barbosa

Olhei meus olhos e me vi

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Olhei meus olhos e me vi:
Espantalhos de muitas auroras
Boca de sussurros e mágoas.

Olhei meus olhos
vi por entre os escombros
meus pobres sonhos loucos.

Olhei meus olhos
vi vendavais e calmarias
e marcas de cicatrizes da alma.

Olhei meus olhos e me vi
ressonhando meus sonhos
construindo ternos amanhãs.

Alda Alves Barbosa