Madrugada

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Mendigo as madrugadas
nos mistérios que
margeiam o mundo.
Minhas mãos martirizadas
massageiam as madrugadas
maculando melancolicamente
os momentos míticos…
Mesmices misteriosas
mescladas de medos do
mergulho nas mortes.

Alda Alves Barbosa

E…

E...

Madrugada… Debruço-me no parapeito da janela do meu quarto e fico a observar pequenas luzes distantes a clarear os escuros das moradas humanas.
As madrugadas abrem espaços para a imaginação. Fico tentada a entrar no coração deste mundo enigmático. Entro. Tento desvendar os mistérios que habitam cada pulsação deste universo chamado homem, que vive todo o tempo em processo de construção e desconstrução; fortalezas que desabam ao primeiro contato do vento no fio que liga a vida à morte.
Homem, sinônimo de solidão, de tédio da vida suplicando sonhos nesta deserta ilha sem mar, sem barco, sem remo… À deriva!
E eu morrerei… E todos morrerão.

Alda Alves Barbosa

Talvez

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Dormi demais! Acordar implica em viver, em morrer. Não desejo viver, nem morrer. Desejo apenas dormir… prolongar o tempo da minha ausência no cotidiano. Não estou na vida de ninguém, ninguém está na minha vida… Vivo no vazio do sono sem os pesadelos do real.

Hoje meu universo são as paredes do meu quarto. Nele eu vivo o que hoje eu desejo viver: o sono.

Talvez quando a madrugada chegar eu a abrace… escreva uns versos. Talvez… Porque hoje eu só desejo dormir.

O amanhã… O que me importa o que está por vir? Quando o amanhã se tornar hoje, talvez eu queira continuar dormindo, ou não.
Tudo é um talvez!…

Alda Alves Barbosa