Belezas Celestiais

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Belezas Celestiais
Sim a esta luz intensa do cerrado
Luz ardente que penetra seus raios
nos pequenos arbustos esculturais
que pressentem sua chegada e erguem
seus braços para recebê-la.

Sim à luz pungente
perfeição transparente que
revela a claridade e espelha
a redenção do viver.

Sim a essa luz que brilha o
nosso olhar – Avidez celestial – Cor anil
ou de purpurina suntuosa, ou de
tons dourados que amorenam nossa pele.

Belezas celestiais do cerrado!

Alda Alves Barbosa

Fotografia: Fotografia: professormarcianodantas.blogspot.com – Cerrado brasiliense

Sombras

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Acordei quando a tarde estava morrendo. Despi-me do véu, e o mundo descortinou-se diante do meu olhar. Descortinou-se? Não, apenas alguns farrapos de luz adentraram em meio às sombras que se erguiam.

E eu me abracei às sombras. Elas me ajudam na criação de vidas… . seres inteiros , seres metades. Invento o viver e o morrer… Invento vidas para que eu continue respirando. Criação eterna sem o selo da eternidade! Talvez seja apenas uma forma de aguardar o fim sem a angústia da espera!

Invento vidas para eu viver… Viver nas sombras para entregar-me à brandura, à rendição do faz-de-conta! Exíguos fantasmas! Joguetes das minhas vontades, dos meus quereres!

E da minha vida, o que fiz com ela? Sonhei demais… Sonhei de menos? Tudo ficou apenas em sonhos? Isto quer dizer que percorri estradas que não me levaram a lugar nenhum? Fui fiel ao nada!
Alvoreceu… As sombras se diluíram. Dentro de mim um desconfortável sentimento de abandono! Chegou o momento de morrer para ressuscitar quando as sombras retornarem!

… E criarei mais vidas!

Alda Alves Barbosa

Hipóteses

luz na escuridão
Choveu à tardinha
e a noite chegou sem
o fulgor do sol.
No escuro uma luz
brilha distante;
ali mora alguém
solitário… ou não.

Mas sei que aquela
luz me atrai… Talvez
porque o distante não
está próximo e suscita
em mim interrogações.

Ali moram pessoas ou
apenas um ser triste…
alegre… livre… aprisionado
em si mesmo… com fomes de
tudo ou sem fome alguma.
Tantas suposições onde uma
luz brilha distante!

Certamente o que está ali é real;
é a vida e seus respiros. O que
vem depois são hipóteses de
uma vida a procura de outras
vidas para significar.

Alda Alves Barbosa