Nos amamos
Numa noite quente de verão
num tapete de folhas secas
Iluminados pela lua
Nossos corpos, festivos
Dançavam ofegantes
No ritmo suave
Dos sons da natureza.
Alda Alves Barbosa
Certas atitudes me convidam a uma reflexão. Algumas, eu apenas observo sem me deter em detalhes. Meu coração não modifica o ritmo, continua dançando no passo e no compasso do cotidiano.
A reflexão, esta sim, me sustenta quando entro no descompasso da vida. E por me saber assim, necessitando quase sempre deste alimento, meu olhar concentra no purgatório humano para enxergar os olhos da humanidade.
Procuro um recanto. Faço um pacto comigo, e começo a escrever. Transformo este cantinho do mundo no meu próprio canto.
Para mim meu lar pode ser em qualquer lugar solitário: um fio de água procurando um rio, folhas secas que soltam das árvores forrando o asfalto, gotas d’águas que caem mansamente dos céus. Meu lar pode ser o assobio do vento passando por grandes blocos de árvores.
Meu lar pode ser o silêncio do meu coração; o braço que tenta abraçar o mundo; o brilho de cada olhar… o grito silencioso das dores do mundo!
Alda Alves Barbosa