Ainda estão aqui as incontáveis verdades mascaradas no tumultuado cotidiano ou na seca persistente… Estão ali, escondidas entre instantes ou no desvio da questão maior. Quando me perco é também quando me acho, entre nós e semi desculpas, entre a ansiedade e a busca íntima de quem a gente pensa que é, entre a lapidada busca da mudança diária que culmine no equilíbrio de quem realmente se pretende ser e de quem gostaria de mudar muitas vezes.
Quantas vezes é preciso relembrar o gosto do inimaginável? Não haveria essa necessidade diante da consciência de que diferentes e novos gostos são apropriados nas mutações. Os pés estão escalpelados, estão em carne viva! As fraturas externas nada mais são que reflexos e motores para cuidar com carinho das agruras de dentro. Sobrevivo com dificuldades e instabilidades entre o aparente e o real, o bonito e o feio, o raso e o profundo. Na imediaticidade moderna, o raso tem sido tristemente válido. Qual o valor das palavras, quando só sinto o cheiro de fezes daquela situação em que um humano enojado, se lavou por inteiro quando lembrou do outro – o bicho humano.
Danielle Rezende