Domingo…

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Amanhecendo… o domingo vai preguiçosamente despertando! Um ruído aqui, outro ali… tudo insuportavelmente devagar…O domingo quer continuar domingo, quer dormir – Não deseja acordar porque a vida está dormindo… A vida de todos dorme! Mas ele precisa despertar. O planeta está girando… o pião gigante gira, gira, gira, gira e ele acompanha essa pressa sem pressa. Ele pertence ao mundo dos rodopios rápidos, das ânsias dos vômitos, dos cansaços, dos vazios…Com o voo do tempo os domingos passam … as pessoas acordam…e dormem… e acordam…para novamente dormirem.

Sem o sono, sem a preguiça, o domingo não é!

Igual a todos os dias

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Hoje
como ontem
não cerrei os olhos.
Pareço com o entardecer
do cerrado com suas tardes
braseantes …fogueira no céu…
Eterna vigília!

Canta pra mim uma canção
de ninar… Canta, meu moreno,
canta…Quero tanto dormir!

Alda Alves Barbosa

Sonolência

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O meu sono não tem a palidez do instante. Ele é intenso, terno, colorido como o tempo que antecede os sepultamentos.
Os sonhos não passam por mim. Durmo sem os obstáculos do inconsciente e do ontem vivido. E como tenho fomes de sono, pouco tempo me sobra para sonhar. Creio que os sonhos passam por mim como as nuvens nos céus. Passam!
Entre o acordar e o dormir novamente há um intervalo angustiante de sonolência. Um tédio… uma tristeza de estar entediado de mim… do que sou… Uma permanência nua, um contato íntimo com um vácuo imenso… fragmentos do meu ser espalhados dentro e fora de mim.
Algo permanece: o sono. Durmo. Só regresso à vida quando a noite desce e o mundo dorme!

Alda Alves Barbosa

Talvez

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Dormi demais! Acordar implica em viver, em morrer. Não desejo viver, nem morrer. Desejo apenas dormir… prolongar o tempo da minha ausência no cotidiano. Não estou na vida de ninguém, ninguém está na minha vida… Vivo no vazio do sono sem os pesadelos do real.

Hoje meu universo são as paredes do meu quarto. Nele eu vivo o que hoje eu desejo viver: o sono.

Talvez quando a madrugada chegar eu a abrace… escreva uns versos. Talvez… Porque hoje eu só desejo dormir.

O amanhã… O que me importa o que está por vir? Quando o amanhã se tornar hoje, talvez eu queira continuar dormindo, ou não.
Tudo é um talvez!…

Alda Alves Barbosa

Ternura

Ternura

Essa ternura
que envolve meu ser
me ensina a esperar
no silêncio, na leveza
do anoitecer.

E nessas altas horas
onde quase tudo dorme
imploro a noite que
não despeça de mim
essa alegria pura, essa
emoção que me
aquece no abraço dos
reflexos dourados.

E nessas horas
onde quase tudo dorme…
Horas ternas…
horas que crio vidas… Noite!

Alda Alves Barbosa