Eu vi…

buriti

Ali estive,
Ali eu vi,
Grãos cor de ouro,
Grãos roxos,
Levando embora
As esculturas do
Sertão.

Ali estive,
Ali eu vi
Uma ínfima estrada
Enfeitando o cerradão.

Ali estive
Ali eu vi
Buriti se curvando,
Céus tecendo
Lágrimas,
Avião, roucos gritos,
Tânatos levando o
Sertão!

Eu estive ali
Eu vi,
Buriti ferido,
Sangrando,
Sofrendo de Solidão!

Alda Alves Barbosa

11 de setembro: Dia do Cerrado

Ecos do Cerrado

O Brasil alcança mais um 11 de setembro, data nacional dedicada ao Cerrado. Entre repetidas promessas de um modelo de desenvolvimento sustentável, essa região estratégica para o futuro do país tem sua vegetação nativa diariamente consumida, ora pelo desmatamento, ora pelas queimadas.

Só não mudam os motivos: ampla margem legal para desflorestamento (80% das propriedades rurais), extração ilegal de madeira e de carvão, avanço desregrado da agropecuária, da urbanização e da geração de energia.

Apesar das agressões impostas ao longo de cinco décadas, a “caixa d’água do Brasil” ainda abastece grandes aqüíferos e bacias hidrográficas, inclusive para a Amazônia e Mata Atlântica. Associando essa riqueza à tecnologia, 40% do Cerrado estão ocupados pela agropecuária. Ao todo, já perdeu metade da vegetação original, e o restante está muito fragmentado.

Complicando o futuro dessa região bela e inspiradora de culturas ímpares, menos de 3% do Cerrado estão protegidos de fato. Logo, o Brasil pode e deve equilibrar de vez a balança entre produção e conservação, construindo um caminho mais seguro para um futuro de incertezas climáticas, onde ainda precisaremos produzir alimentos e commodities.

Cenários e riquezas do Cerrado de Guimarães Rosa

Fonte: http://www.wwf.org.br