Tudo é tão bipolar!

cego-e-preso
Há tantas formas de despertar! Apenas abrir os olhos não basta. . É preciso acordar. Acordar dói… Mais uma dor num caminho onde pedras abrem feridas, deixam pruridos e só depois cicatrizam. Cicatrizar deixam marcas que o acordar vê. E sofre. É apenas mais uma dor que abraçadas a outras doem mais. Tentar mensurar a intensidade da dor é como querer transpor barreiras que vão além do se que é.

Ah, a alegria… Uma primavera quieta que pincela com cores vivas o dia? as horas? os instantes? Que importa? Há tempo para a dor… Há tempo para a alegria! Um sobe e desce… Um baixar e subir de nuvens… Tempestades e o luzir do sol… Tempo para acordar, tempo para hibernar… Tudo é tão bipolar!

Alda Alves Barbosa

Canção da tua ausência

Canção da tua ausência

E esta canção silenciosa e repetitiva povoou minha mente durante todo o dia. Canção minha… Canção tua, nossa. Cante-a para mim! Convide a lua, as estrelas, para testemunharem esse doce momento. E eu com os olhos cerrados ouvirei tua voz terna, insinuante… os instantes reviverão.
Canta amor… Deixa que meu coração doa, que todo meu ser chore. Chora por ti, porque está só, porque a solidão é fria.
Despertei com os murmúrios da saudade… Despertaste em mim através da tua ausência… E eu abracei o luar, abracei o amor, beijei a tua vida, e a enlacei em meus braços. Canta, amor! Canta tua ausência, canta a distância, o desencontro, o desamor… Canta… Tua voz é uma ponte onde o horizonte atravessa para que a noite chegue e traga o luar para dentro de mim!

Alda Alves Barbosa