Como vamos fazer sem água? Parte II

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Bacia Hidrográfica
“a estiagem prolongada que vivemos agora não é a única razão da crise de água em que se encontra a região de São Paulo”
Não é simples manter uma bacia hidrográfica em boas condições, pois são muitos os cenários que ocorrem ao mesmo tempo. Por exemplo, tem gente e cidades, agricultura em pequena ou grande escala, criação de animais, indústrias, e assim por diante, cada um demandando elementos da natureza que nem entram na contabilidade cotidiana. Mas, as florestas acabam sendo afetadas e em geral recebem toda a responsabilidade do que acontece com a água. O ideal é que o sistema fosse monitorado cuidadosamente, tanto o rural quanto o urbano, o que raramente acontece. E, sem um manejo adequado, espera-se muito mais das matas ciliares do que elas dão conta de suportar. Além disso, as práticas humanas são com frequência devastadoras – queimadas nas plantações de cana de açúcar, por exemplo, ou loteamentos desregrados. Todas as práticas têm consequências, sendo que a maioria das pessoas e mesmo da mídia não percebe a ligação entre o que causou desastres ambientais como deslizamentos de terra ou agora a falta de água, com as ações humanas anteriores. O fato é que a estiagem prolongada que vivemos agora não é a única razão da crise de água em que se encontra a região de São Paulo.

O argumento “plantar floresta” pode ser sedutor, mas deve ser usado com cautela, principalmente quando se pretende retirar as florestas antigas para replantar novas. Uma floresta madura oferece todos os serviços ambientais em seu ápice de qualidade, enquanto que o replantio em muitos aspectos exige mais do que oferece num primeiro momento. Por isso não se deve trocar florestas antigas por novas. Deve-se sim, plantar florestas novas protegendo as antigas, e analisar os dados sobre reflorestamento com essa perspectiva.

Perdas do novo código florestal
outros aspectos impactam a qualidade das florestas. Por exemplo a distância entre os fragmentos de matas ou a conexão entre eles influenciam os serviços ambientais que oferecem. Áreas que alagam muitas vezes são favoráveis a reflorestamento, mas não são protegidas pelo Código Florestal. Nesse sentido, as Áreas de Preservação Permanente (APPs) de 30 metros, como regia o antigo Código, ajudariam muito se tivessem sido levadas a sério, mas essa exigência caiu na nova lei. As áreas alagadas de várzeas, se não forem cobertos de florestas, causam danos aos rios, que acabam sendo assoreados e ainda recebem os aditivos agrícolas usados nas culturas locais que acabam na água. Por serem as mais produtivas, o proprietário nem sempre quer reflorestar, e quem acaba sofrendo é a água. Por isso, o planejamento deve também existir para as florestas e um estudo da paisagem, mesmo que complexo de ser implementado, deve ser contemplado na gestão de uma região.

Com as mudanças climáticas, os ciclos naturais estão mais desregulados. Se por um lado tudo acontece rapidamente, o planejamento passa a ser visto como secundário porque adota-se a postura de “apagar incêndios”. É o que está ocorrendo em São Paulo, e é visível no Sistema Cantareira. Falta planejamento, falta assumir responsabilidades, falta vontade política. Muitos técnicos acreditam que obras resolvem. Com certeza engordam os bolsos de alguns, mas a questão é complexa e só obra é insuficiente para se enfrentar os desafios atuais. O fato é que assistimos a um triste cenário com perspectivas assustadoras que a maioria ainda não percebeu. São Paulo está sem água. Ano eleitoreiro piora a percepção e parece colocar tapa-olhos nos tomadores de decisão e candidatos. E, claro, existem resistências de se planejar a longo prazo porque os resultados podem não aparecer num mandato governamental, ou na gestão de um administrador. Uma lástima, porque mais uma vez a vida é colocada em um segundo plano em detrimento a interesses pessoais.

Consulta: http://www.oeco.org.br/suzana-padua/28568-agua-e-floresta-merecem-gestao-de-longo-prazo

11 de setembro: Dia do Cerrado

Ecos do Cerrado

O Brasil alcança mais um 11 de setembro, data nacional dedicada ao Cerrado. Entre repetidas promessas de um modelo de desenvolvimento sustentável, essa região estratégica para o futuro do país tem sua vegetação nativa diariamente consumida, ora pelo desmatamento, ora pelas queimadas.

Só não mudam os motivos: ampla margem legal para desflorestamento (80% das propriedades rurais), extração ilegal de madeira e de carvão, avanço desregrado da agropecuária, da urbanização e da geração de energia.

Apesar das agressões impostas ao longo de cinco décadas, a “caixa d’água do Brasil” ainda abastece grandes aqüíferos e bacias hidrográficas, inclusive para a Amazônia e Mata Atlântica. Associando essa riqueza à tecnologia, 40% do Cerrado estão ocupados pela agropecuária. Ao todo, já perdeu metade da vegetação original, e o restante está muito fragmentado.

Complicando o futuro dessa região bela e inspiradora de culturas ímpares, menos de 3% do Cerrado estão protegidos de fato. Logo, o Brasil pode e deve equilibrar de vez a balança entre produção e conservação, construindo um caminho mais seguro para um futuro de incertezas climáticas, onde ainda precisaremos produzir alimentos e commodities.

Cenários e riquezas do Cerrado de Guimarães Rosa

Fonte: http://www.wwf.org.br

A Terra no limite

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Quanto a humanidade já consumiu dos recursos naturais do planeta e o que precisa fazer para manter uma situação sustentável.

O ser humano não é dono, mas sim inquilino da Terra e do sistema solar. A humanidade depende da disponibilidade de terra, água e ar no planeta. Ultrapassar os limites existentes significa caminhar para o suicídio e o ecocídio. A situação atual é a seguinte: após 200 anos de desenvolvimento econômico, propiciado pela Revolução Industrial, a população mundial ganhou com a redução das taxas de mortalidade e o crescimento da esperança de vida.

Hoje, na média, as pessoas vivem mais e melhor. O consumo médio da humanidade disparou. Entre 1800 e 2010 a população mundial cresceu, aproximadamente, sete vezes (de 1 bilhão para 7 bilhões de habitantes) e a economia (PIB) aumentou cerca de 50 vezes. Mas o crescimento da riqueza se deu à custa da pauperização do planeta. Uma boa forma de dimensionar o impacto do ser humano na Terra é a pegada ecológica.

Essa é uma metodologia utilizada para medir as quantidades de terra e água (em termos de hectares globais – gha) que seriam necessárias para sustentar o consumo atual da população. Considerando cinco tipos de superfície (áreas cultivadas, pastagens, florestas, áreas de pesca e áreas edificadas), o planeta Terra possui aproximadamente 13,4 bilhões de hectares globais (gha) de terra e água biologicamente produtivas.

Segundo dados de 2010 da Global Footprint Network, a pegada ecológica da humanidade atingiu a marca de 2,7 hectares globais (gha) por pessoa, em 2007, para uma população mundial de 6,7 bilhões de habitantes na mesma data (segundo a ONU). Isso significa que para sustentar essa população seriam necessários 18,1 bilhões de gha. Ou seja, já ultrapassamos a capacidade de regeneração do planeta. No nível médio de consumo mundial atual, com pegada ecológica de 2,7 gha, a população mundial sustentável seria de no máximo 5 bilhões de habitantes (veja a tabela abaixo).

QUANTOS HABITANTES A TERRA PODE SUSTENTAR
Isso depende do padrão de consumo da população

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Fonte: José Eustáquio Diniz Alves, com base nos dados da Global Footprint Network 2010

Se a população mundial adotasse o consumo médio do continente africano – com pegada ecológica per capita de 1,4 gha -, poderia atingir 9,6 bilhões de habitantes. Se o consumo médio mundial fosse igual à média asiática (1,8 gha), a população mundial poderia ser de 7,4 bilhões de habitantes. Com base na pegada ecológica da Europa (4,7 gha), não poderia passar de 2,9 bilhões de habitantes. Com a pegada ecológica da América Latina (2,6 gha), o limite seria de 5,2 bilhões de habitantes. Com as pegadas ecológicas da Oceania (5,4 gha) e dos Estados Unidos e Canadá (7,9 gha) precisaríamos parar em 2,5 bilhões e 1,7 bilhão de habitantes, respectivamente.

Qual é a perspectiva para as próximas décadas? De acordo com dados da Divisão de População da ONU, em 2050 a população mundial deve atingir 8 bilhões de pessoas, na projeção baixa, 9 bilhões, na projeção média, e 10 bilhões, na projeção alta. Nas previsões do FMI, a economia mundial deve crescer acima de 3,5% ao ano de 2010 a 2050. Isso significa que o PIB mundial vai dobrar a cada vinte anos ou se multiplicar por quatro até 2050. Portanto, o mais provável é que a Terra tenha mais 2 bilhões de habitantes nos próximos quarenta anos e uma economia quatro vezes maior. O planeta suporta?

Não há, evidentemente, como manter esse crescimento nos padrões de produção e consumo atuais. Para que a humanidade possa sobreviver e permitir a sobrevivência das demais espécies, será preciso promover uma revolução na matriz energética, incentivar a eficiência do uso de energia, reciclar e reaproveitar o lixo. Enfim, reduzir os desperdícios em todas as suas formas. Será necessário introduzir inovações tecnológicas nos prédios e casas para melhorar o aproveitamento da energia e a reciclagem de materiais, reforçar e melhorar o transporte coletivo, criar empregos verdes; ampliar as áreas de floresta e mata e a preservação ambiental.

Nesse contexto, proteger a biodiversidade; desestimular a cultura dos pet shops e o elevado consumismo dos animais de estimação; avançar com a aquacultura e na revolução azul. Incentivar o vegetarianismo é um modo de diminuir o consumo de carnes e os impactos da agropecuária. Na lista de redução estão ainda o consumo de bebidas alcoólicas e outras substâncias tóxicas, os gastos mitares, o consumo conspícuo e aquele que provoca maiores danos ambientais.

A lista pode ainda ser maior. Dessa forma, é urgente discutir a alternativa do modelo do “decrescimento sustentável”, especialmente a redução das atividades mais poluidoras, com a mudança no padrão de consumo e o avanço da sociedade no conhecimento e na produção de bens imateriais e intangíveis.

UMA TERRA JÁ NÃO É SUFICIENTE
A pegada ecológica é um cálculo do que cada pessoa, cada país e, por fim, a população mundial consomem em recursos naturais. A medição é feita em hectares, e seis categorias são avaliadas: terras para cultivo, campos de pastagem, florestas, áreas para pesca, demandas de carbono e terrenos para a construção de prédios. Hoje, por conta do atual ritmo de consumo, a demanda por recursos naturais excede em 50% a capacidade de reposição da Terra. Se a escalada dessa demanda continuar no ritmo atual, em 2030, com uma população planetária estimada em 8,3 bilhões de pessoas, serão necessárias duas Terras para satisfazê-la.Veja o infográfico aqui

* José Eustáquio Diniz Alves, é doutor em demografia da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, Ence/IBGE. As opiniões deste artigo são do autor e não refletem necessariamente aquelas da instituição.

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Disponível em:
http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/terra-limite-humanidade-recursos-naturais-planeta-situacao-sustentavel-637804.shtml

Ecos do Cerrado – Interferência ou morte

Ecos do Cerrado

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 Interferência ou morte

O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, localizado em uma grande área do Brasil Central. Por fazer fronteira com outros importantes biomas, (a Amazônia ao norte, a Caatinga a nordeste, o Pantanal a sudoeste e a Mata Atlântica a sudeste) a fauna e flora do Cerrado são extremamente ricas.

Na região existem mais de 10.000 espécies vegetais, uma grande variedade de vertebrados terrestres e aquáticos e um elevado número de invertebrados. Espécies ameaçadas como a onça-pintada, o tatu-canastra, o lobo-guará, a águia-cinzenta e o cachorro-do-mato-vinagre, entre muitas outras, ainda têm populações significativas no Cerrado, reafirmando sua importância como ambiente natural.

Além da biodiversidade, os recursos hídricos da região ressaltam em quantidade e qualidade: nas suas chapadas estão as nascentes dos principais rios das bacias Amazônica, da Prata e do São Francisco.

Apesar do seu tamanho e importância, o Cerrado é um dos ambientes mais ameaçados do mundo. Dos mais de 2 milhões de km² de vegetação nativa restam apenas 20% e a expansão da atividade agropecuária pressiona cada vez mais as áreas remanescentes. Essa situação faz com que a região seja considerada um Hotspot de biodiversidade e desperte especial atenção para a conservação dos seus recursos naturais.

Estudos realizados pelos pesquisadores do Programa Cerrado da CI-Brasil indicam que o bioma corre o risco de desaparecer até 2030. Dos 204 milhões de hectares originais, 57% já foram completamente destruídos e a metade das áreas remanescentes estão bastante alteradas, podendo não mais servir aos propósitos de conservação da biodiversidade.

Mapa desmat Cerrado

Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro

Muito provavelmente a abertura de áreas de pastagem para a criação de gado de corte foi a principal causa de desmatamento do Cerrado. Dias (1994) sugere que até 1985 o manejo de áreas nativas para a criação de gado seria a atividade econômica que ocuparia a maior parte nas paisagens naturais do Cerrado. Nos anos recentes, entretanto, as pressões sobre o Cerrado começam a ter uma outra origem.

Dados obtidos no banco de dados do IBGE (Sidra – disponível em http://www.ibge.gov.br) indicam que a área ocupada pela cultura da soja tem aumentado enormemente no país (Figura 9). De acordo com o anuário estatístico do agronegócio (Agrianual de 2003), mesmo considerando que a tecnologia tem aumentado a produtividade, que passou de aproximadamente 2,5 toneladas por hectare em 1995 para 2,9 toneladas por hectare em 2002 (Figura 10), a área plantada tem aumentado em uma proporção muito maior. A área destinada ao plantio da soja praticamente dobrou de tamanho, indicando que o bom momento do mercado pode estar atraindo cada vez mais empreendedores para a atividade.

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Essa tendência de aumento pode ser vista também em regiões localizadas na fronteira agrícola. Nessas áreas percebe-se que a introdução da soja pode mudar em pouco tempo a realidade local. Tomando como exemplo municípios localizados na região do Alto Parnaíba, no sul do estado do Piauí, nota-se que somente em 1993 a soja começou a ser plantada na região e de maneira muito tímida. Já em 2002, a área ocupada por essa cultura já tinha multiplicado por 6x a área original e aparentemente essa atividade encontra-se em franca expansão (Figura 11a). De modo contrário, culturas tradicionais como a mandioca, tipicamente associada a pequenas propriedades, tem decaído ao longo do tempo (Figura 11b). O dado ilustra que as culturas tradicionais devem estar cedendo lugar para modernas culturas mecanizadas como a soja, algodão, milho, milheto, sorgo e girassol.11aUm cenário futuro para o Cerrado indica que, considerando uma retirada anual de 2,215 milhões de hectares (assumindo uma taxa conservativa de 1,1% ao ano), considerando a existência de 34,22% de áreas nativas remanescentes (baseado na estimativa dada por Mantovani e Pereira [1998] para as classes ‘cerrado não antropizado’ e cerrado ‘antropizado’) e considerando que as unidades de conservação (que representam 2,2% do Cerrado) e as terras indígenas (que representam 2,3% do Cerrado) serão mantidas no futuro, seria de se esperar que o Cerrado desaparecesse no ano de 2030. Apesar dos vários fatores que influenciam nessa projeção, é possível perceber pelo menos duas coisas importantes: primeiro é que temos que encontrar formas de elevar a importância da conservação do Cerrado para o mesmo patamar de sua importância para a produção agrícola e pecuária e segundo, e talvez o mais importante, é que ainda temos tempo de reverter essa situação e iniciar um trabalho de recomposição de áreas consideradas importantes para a biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos.

Indicamos algumas ações emergenciais que poderiam ser levadas a cabo pelo Governo Federal em articulação com os governos estaduais e municipais:

• Adotar uma postura de desmatamento zero para o Cerrado, pelo menos até que seja feito um planejamento integrado para a ocupação do bioma;

• Criar programas de recuperação de áreas degradadas como forma de compensar as áreas com desmatamento evitado;

• Ampliar a porcentagem das áreas de proteção integral no cerrado, que hoje não chega a 3% do bioma, preferencialmente conciliando o aumento da proteção com a política de proteção de recursos hídricos;

• Colocar em prática o zoneamento ecológico-econômico como forma de planejar a ocupação do Cerrado atrelando seus cumprimentos/descumprimentos aos instrumentos tributários, como o Imposto Territorial Rural – ITR;

• Implementar um programa de monitoramento continuado por satélite de forma a acompanhar o uso do solo no Cerrado;

• Estimular a manutenção e o fortalecimento socioeconômico dos núcleos de produção mais tradicionais, incentivando a diversificação de produtos em regiões ambientalmente mais sensíveis, onde os produtores rurais seriam estimulados a implantar sistemas produtivos mais adaptados às condições locais e menos impactantes, agregando valor aos produtos típicos do Cerrado;

• Cobrar a recuperação ambiental daqueles proprietários rurais que estão com passivo no cumprimento do estabelecido pelo Código Florestal;

• Elaborar mecanismos capazes de agregar valor de mercado aos produtos de regiões onde os proprietários são ambientalmente corretos;

• Priorizar a aplicação dos recursos públicos (como o Primeiro Emprego, PRONAF, Fome Zero) nas áreas carentes mas que ainda possuem uma boa cobertura vegetal ou estejam localizadas nas áreas de influência das Unidades de Conservação;

• Investir na formação de profissionais especializados em conservação da biodiversidade e de recursos hídricos, ademais de naqueles dedicados ao uso racional de componentes do Cerrado;

• Efetivar um pacto político entre ministérios, estados e a sociedade de forma a implementar as ações acima.

Galeria:

Referências:

-Estimativas de perda da área do Cerrado brasileiro
Ricardo B. Machado1*
Mário B. Ramos Neto1
Paulo Gustavo P. Pereira1
Eduardo F. Caldas1
Demerval A. Gonçalves2 Nazareno S. Santos2 Karyn Tabor3
Marc Steininger3
1Conservação Internacional – Programa do Brasil
2Oreádes Núcleo de Geoprocessamento
3Conservation International – GIS & Regional Analysis – EUA

http://www.conservation.org.br/onde/cerrado/