Palavras ao Vento

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Teci tantos versos
Para ti, amor
Rasguei-os…
Devolvi-os ao vento.
Não foi o vento que
o trouxe para mim?

E se relâmpagos cortarem
Os céus e um temporal cair
Que ele leve teus restos
em direção ao nada,
Ao nada que restou de
ti em mim.

Teci tantos versos para ti, amor!

Alda Alves Barbosa

Nunca termina de doer…

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Palmeiras dançando… trovões tão suaves que parecem afastamento… brisa para amenizar minha angústia excessiva. Gotas d’água caindo dos céus. Aroma de terra molhada no asfalto, hálito refrescando meu corpo e roubando-me a paz. Chuva me traz paz… chuva me traz dor. Dói-me o coração… dor de saudade. Sombras que permeiam cada gota de chuva – gosto de lágrimas. Lágrimas paternas, maternas, que derramam nesta madrugada difusa, longínqua… Fluxo e refluxo das ausências que nunca terminam de doer.

Continua a cair ó pingos de chuva! Preciso sentir tudo. Preciso despir-me, entregar-me ao canto quase silencioso das gotas de saudade que chegam dos céus para que eu possa acenar o lenço úmido de todas as despedidas!

Alda Alves Barbosa

No silêncio do coração

No silêncio do coração

Certas atitudes me convidam a uma reflexão. Algumas, eu apenas observo sem me deter em detalhes. Meu coração não modifica o ritmo, continua dançando no passo e no compasso do cotidiano.

A reflexão, esta sim, me sustenta quando entro no descompasso da vida. E por me saber assim, necessitando quase sempre deste alimento, meu olhar concentra no purgatório humano para enxergar os olhos da humanidade.

Procuro um recanto. Faço um pacto comigo, e começo a escrever. Transformo este cantinho do mundo no meu próprio canto.

Para mim meu lar pode ser em qualquer lugar solitário: um fio de água procurando um rio, folhas secas que soltam das árvores forrando o asfalto, gotas d’águas que caem mansamente dos céus. Meu lar pode ser o assobio do vento passando por grandes blocos de árvores.

Meu lar pode ser o silêncio do meu coração; o braço que tenta abraçar o mundo; o brilho de cada olhar… o grito silencioso das dores do mundo!

Alda Alves Barbosa

Louvação

Louvação

Louvação

Louvo a ti, amor
Teus olhos
Teus braços
Tuas mãos…

Louvo a ti, amor
Teus olhos nos meus
Teus braços em meus abraços
Tuas mãos entrelaçadas às minhas.

Louvo a ti, amor
Teu suor em meu corpo
Teu corpo em meu corpo
derramando sementes.

Louvo a ti, amor
Tu me levas ao céus!

Alda Alves Barbosa