“La Mer”

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Ouvir “La Mer”
Me reporta
Às portas fechadas
Sem o perfume dos jardins.

Ouvir “La mer”
Me lembra paredes caiadas
Retratos antigos,
Quintais marcados
pelos meus pés
Os meus quintais de criança,
A casa dos meus bisavós
Hoje apenas uma casa cinzenta
Erguida para abrigar a tristeza.

Ouvir “La mer”
Me lembra o Capim Branco
Onde “o amor era azul”
como o céu unaiense
Nas noites enluaradas.

Lembranças
São como acordes
Tristes de um violino…
São dores adocicadas
Que choram!

Alda Alves Barbosa

Alda Alves Barbosa

Ana Rainha

Ana Rainha

Casa de Ótília – Rua Juvêncio Correio – Bairro Capim Branco – Unaí MG

Na pessoa de Ana, (In memorian) homenageio Otília e todas as lavadeiras das pedrinhas.

Ana nasceu rainha
Numa noite silenciosa de luar
Berço salpicado de sonhos,
Coração, pedaços de poesia.

Ana cresceu rainha
Rainha das cores vibrantes
Das águas que murmuram
Dos ventos que flabelam as
roupagens, do sol que rasga
os céus.

Tua alma despe-se da coroa,
Tuas mãos se vestem de branco
Num cântico de amor à vida.

Ana dança,
Dança embalada pelo canto
Das pedras, num ritmo suave
De braços, fusão de arte e poesia.

Ana é rainha
Mesmo sob vestes trágicas,
Dobro-me diante de ti
Num silêncio venerado.

Do livro “círculo do Sol” – Alda Alves Barbosa