O silenciar das palavras

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Aguardo a luz da aurora. O silêncio adentrou a noite; adentrou nas palavras. E elas foram crescendo mudas. Esperei. Nenhum movimento, nenhum canto, nenhum ritmo… Apenas palavras que se calaram sob o peso das alegorias. Meu coração emudeceu; energia? nenhuma. O rio secou, as vidas morreram, a escuridão – fantasma de uma noite com palavras silentes – ignora o desespero de quem perdeu a vibração do significado.
Escuridão diante do silêncio são fantasmas que prendem as palavras no cativeiro. E nesta noite sou eu a refém. Sou eu a prisioneira das palavras sem voz. À noite, antes minha companheira, estava se despedindo… Cortava as veias que me ligavam a ela. Retornará, eu sei. Ela me conhece bem. Sabe que é apenas um momento de dor que me inundou… uma certa angústia do comum.
Aguardo a luz da aurora para sepultar as palavras frias, mortas!

Alda Alves Barbosa

Serenata

Serenata

Rua grande
Bar velho
Bar novo
Suco de lua
sereno da madrugada

Clara de lua
invade a rua
entre o luar e o luar
Árvores cerradeiras.

Prata no céu
Beijos de lua
Violão… Melodia dourada
Almas raízes
Aguardam a aurora.

Na paz poeirenta
Eu, criança
Durmo feito noite!

Alda Alves Barbosa!