Pé de Cerrado

Pegadas, rastros… O que deixamos para nosso planeta? Na relação seres humanos e meio ambiente, marcas profundas ficam gravadas para a eternidade de acordo com nossas diárias atitudes impensadas. A natureza nos presenteia a todo o momento, e alem de sermos ingratos, mal paramos para admirar as riquezas que nos cercam.
A realidade é que todos nos impactamos o ambiente de alguma forma. Diante disso, alguns estudiosos, chegaram ao cálculo da nossa pegada ecológica.   “A Pegada Ecológica é uma metodologia de contabilidade ambiental que avalia a pressão do consumo das populações humanas sobre os recursos naturais. Expressada em hectares globais (gha), permite comparar diferentes padrões de consumo e verificar se estão dentro da capacidade ecológica do planeta. Um hectare global significa um hectare de produtividade média mundial para terras e águas produtivas em um ano.
Já a biocapacidade, representa a capacidade dos ecossistemas em produzir recursos úteis e absorver os resíduos gerados pelo ser humano. 
Sendo assim, a Pegada Ecológica contabiliza os recursos naturais biológicos renováveis (grãos e vegetais, carne, peixes, madeira e fibras, energia renovável etc.), segmentados em Agricultura, Pastagens, Florestas, Pesca, Área Construída e Energia e Absorção de Dióxido de Carbono (CO2)” (WWF Brasil).
Desde a criação dessa contagem, algumas cidades já realizaram o cálculo e tem buscado alternativas para diminuir sua pegada ecológica.
O calculo apesar de considerar aspectos gerais da vida de um indivíduo, é importante para gerar uma noção básica do que pode ocorrer caso não haja mudanças cotidianas.
Qualquer pessoa pode calcular sua própria pegada ecológica, basta entrar no site:
http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/sua_pegada/  e descobrir como seus hábitos refletem no planeta!
 
Danielle Rezende

Pé de Cerrado

Compostagem


Já falamos sobre alguns assuntos aqui no Pé de Cerrado, que retratavam a importância de separar o lixo e de dar um destino correto para cada resíduo. Quando separar o lixo de casa, torna-se hábito, fica super fácil ajudar o meio ambiente. Hoje vamos falar sobre o destino dos restos orgânicos que também podem ser facilmente reaproveitados dentro de casa. A compostagem é o processo de transformação do lixo orgânico como restos de comida, folha, papel, em nutrientes para microorganismos e plantas.
Para fazer o adubo com o lixo orgânico produzido em casa, basta ter disposição para introduzir a prática no cotidiano e alguns materiais.

PASSO 1 – O recipiente
Escolha algum recipiente onde irá fazer a compostagem. Pode ser um balde, um latão de lixo, vale inclusive reaproveitar qualquer coisa que esteja a seu alcance. Faça um furo no fundo do recipiente, é por esse buraco que o chorume (líquido eliminado durante o processo de  decomposição) irá passar. Para quem mora em apartamentos, coloque o recipiente sobre uma caixa com terra, para a coleta do chorume. Um detalhe importante é que o chorume pode ser reaproveitado, pois, neste caso, é um fertilizante de alto potencial (já que é originado apenas de matéria orgânica). Você pode recolhê-lo e devolver à mistura da sua compostagem ou ainda jogar em plantas, diluído (anote a proporção: 1 copo de chorume para 9 copos de água).

PASSO 2 – A composteira
Embaixo do recipiente no qual você vai colocar o material orgânico, deve haver outro que vai “recolher” o chorume. Pode ser uma bacia mais rasa, por exemplo. Ela não pode ficar em contato direto com a lata ou o pote, pois o chorume deve ter um espaço para escorrer. Use um calço – como pedaços de tijolo – para colocar em baixo da lata e deixá-la um pouco mais “alta” em relação à bacia. (A compostagem até pode ser feita em contato direto com o solo, mas neste caso o terreno deve ter boa drenagem e ser inclinado, para que o chorume não acumule em um local só).

PASSO 3 – Hora de colocar o lixo
Fazer compostagem em casa não é só jogar o lixo orgânico de qualquer jeito e deixar que a natureza faça “o resto sozinha”. Existe um método para viabilizar, facilitar e acelerar a decomposição do material orgânico. O segredo é sobrepor os tipos de resíduos orgânicos, ou seja, o processo é feito em camadas.
O que regula a ação dos microorganismos que vão decompor o material é a proporção de nitrogênio e carbono. Essa relação deve ser de três para um. Ou seja, uma camada de nitrogênio para três camadas de carbono. O que é nitrogênio? É o material úmido (o lixo, em si). O que é o carbono? É matéria seca, como papelão, cascalho de árvore, serragem, folhas secas, aparas de grama e palha de milho. (Se a relação for diferente desta, não significa que não ocorrerá o processo de compostagem, apenas que vai levar mais tempo).
E… pique, pique, pique! Quanto menor estiver o material que você colocar (tanto o seco quanto o úmido), melhor. Comece com uma camada de material seco, depois coloque o material úmido. Depois coloque outra camada de material seco, umedeça-o um pouco e continue o processo. É importante que a última camada (a que vai ficar exposta) seja sempre seca, para evitar mau cheiro. Uma opção é colocar cal virgem por cima. Outro detalhe essencial é: não tampe a composteira. O material orgânico não pode ficar abafado.  Ah, procure sempre manusear a sua composteira com luvas.
O que você pode usar:
– Resto de leite;
– Filtro de café usado;
– Borra de café;
– Cascas de frutas;
– Sobras de verduras e legumes;
– Iogurte;
O que você não pode usar:
– Restos de comida temperada com sal, óleo, azeite… qualquer tipo de tempero;
– Frutas cítricas em excesso, por causa da acidez;
– Esterco de animais domésticos, como gato e cachorro;
– Madeiras envernizadas, vidro, metal, óleo, tinta, plásticos, papel plastificado;
– Cinzas de cigarro e carvão;
– Gorduras animais (como restos de carnes);
– Papel de revista e impressos coloridos, por causa da tinta.

PASSO 4– Espere, mas cuide
Depois que você montou toda a estrutura, é hora de dar tempo ao tempo. A primeira fase é de decomposição, quando a temperatura interna do material que está na composteira pode chegar a 70°C. Isso dura cerca de 15 dias, no caso da compostagem doméstica. Nesse período, o ideal é não mexer. Depois, revolver o material é super importante para fornecer oxigênio ao processo. Essas “mexidas” podem ser feitas de diversas formas: com um “garfo de jardim” ou trocando o material de lugar –  para uma outra lata, por exemplo.
Nesse ponto, você pode se perguntar: mas eu gero lixo orgânico todo dia. Posso jogá-lo na composteira diariamente? Melhor não. Você tem algumas alternativas. O ideal é acrescentar matéria orgânica cada vez que for “mexer” na sua composteira, ou seja, a cada 15 dias, mais ou menos. Nesse intervalo, guarde as suas cascas de frutas, verduras e o resto que for reaproveitável em um potinho na geladeira.
O tempo para ter o adubo final varia em função da quantidade de lixo usado e pela forma como a compostagem é feita. É possível chegar ao final do processo em 2 ou 3 meses. O indicativo de que o húmus (adubo) está pronto é quando a temperatura do composto se estabiliza com a temperatura ambiente. Para saber, use os sentidos: a cor é escura, o cheiro é de terra. E , quando o esfregamos nas mãos, elas não ficam sujas.


(Fonte: Escola de Jardinagem do Parque do Ibirapuera, em São Paulo/SP)

Pé de Cerrado

O veneno está na mesa!


Poderia ser apenas o nome de um filme de terror, mas não é! O veneno está na mesa é um documentário do diretor Silvio Tendler, já sugerido aqui no Pé de Cerrado, que ilustra bem a nossa triste realidade cotidiana. O veneno (não há outra palavra que melhor se adequa a essa situação), realmente está em nossas mesas todos os dias. Aos que interessam, ou àqueles  que desconhecem algumas informações, os agrotóxicos são gentilmente denominados de defensivos agrícolas. Nunca me esqueço de uma aula de geografia que tive no colegial. No auge de sua revolta pulsante, o professor disse: “não consigo entender as pessoas que chamam agrotóxicos, de defensivos agrícolas, quando na realidade, esses vilões da nossa saúde, que deterioram a nossa qualidade de alimentação – que vamos combinar, já não é lá essas coisas -, são OFENSIVOS AGRÍCOLAS.”
O Brasil tem ocupado nos últimos anos o lugar de maior consumidor de agrotóxicos do mundo. O brasileiro consome aproximadamente 5,2 litros de agrotóxico por ano, e a maior contradição nesse fato, é que o Brasil representa apenas 5% da área agrícola entre os 20 maiores países produtores agrícolas do mundo, ou seja, nossa produtividade não justifica nossa posição de liderança no ranking do uso de venenos. (Cleber Folgado, no Brasil de Fato).
A utilização dos agrotóxicos vem acompanhada do uso de fertilizantes químicos e diversos maquinários pesados, além da escolha por sementes geneticamente modificadas, tudo isso com a intencionalidade de aumentar a produtividade, e consequentemente, a concentração de renda. Os agrotóxicos prejudicam nossa saúde, contaminam o solo e os lençóis freáticos, gerando degradação ambiental, além de aumentar e concentrar o poder nas mãos de poucas empresas que dominam o mercado, e de grandes produtores rurais que utilizam de qualquer medida para aumentar a safra.

O que a população pode fazer para reverter essa situação?


Infelizmente estamos envoltos por esse tipo de produção, que em nada nos beneficia. Ainda acredito que  o melhor a se fazer, é buscar informações e averiguar sempre, sobre tudo que esteja relacionado ao assunto. Outra medida é adquirir produtos orgânicos, tais produtos, ainda são pesados para o bolso do consumidor, mas na medida em que a procura cresce, o mercado tende a voltar para esse tipo de produção.
Conheça também, a Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida. Tal Campanha tem como objetivo denunciar e alertar a sociedade para aos prejuízos causados pelo uso de agrotóxicos e ao mesmo tempo construir iniciativas que possam inclusive do ponto de vista jurídico, construir barreiras ao uso de agrotóxicos. (http://contraagrotoxicosdf.wordpress.com/sobre-a-campanha/)

Danielle Rezende

 

Pé de Cerrado

Olá leitores! Após  um longo tempo sem postar o Pé de Cerrado, retornamos com esse cantinho ao site, sempre com o intuito de estabelecer com vocês, um diálogo sobre curiosidades, belezas e inquietações  que permeiam  as questões ambientais e o descaso com que muitas vezes são tratadas.
E hoje, trouxe algumas curiosidades interessantes!
O nosso querido bioma cerrado, como segundo maior bioma do país contempla parte dos territórios dos estados da Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Geralmente, damos uma atenção especial aqui nesse cantinho para o nosso estado – minas gerais. Mas hoje, resolvi falar um pouquinho sobre um lugar encantador em Tocantins. Outro dia, conversando com uma senhora no ônibus, falando sobre lugares, natureza e como é bom viajar, ela me disse que eu não poderia deixar de conhecer o Rio Azuis, localizado entre as cidades de Taguatinga e Aurora do Tocantins. Disse sobre os seus atrativos e que esse Rio Azuis, era considerado o menor rio do mundo há algum tempo. Claro que minha curiosidade foi mais além, então cheguei em casa e logo fui pesquisar um pouquinho mais. Fiquei tão maravilhada com o local, que não poderia deixar de compartilhar com vocês sobre essa região tão rica e de beleza exuberante!


Atualmente sabe-se que o Rio Azuis, não é o menor rio do mundo, mas com certeza está dentre os menores, sendo considerado o menor rio do Brasil, já que possui uma extensão de aproximadamente 147 metros, com águas límpidas e cristalinas. Como a região apresenta muito calcário, sua água é um pouco salobra.


Por falar em menor rio do Brasil, durante minhas pesquisas, encontrei outra curiosidade linda! Alguem já ouviu falar na rua mais bonita do mundo? Pois então, essa raridade localizada em Porto Alegre, se chama Rua Gonçalo de Carvalho e foi apelidada de rua mais bonita do mundo por um professor de português. Sua fama se espalhou rapidamente e assim, a rua que foi decretada patrimônio histórico, cultural, ecológico e ambiental da cidade em 2006, ficou conhecida por possuir belas árvores e moradores conscientes que lutam por sua preservação.

Espero que esse belo exemplo da luta dos moradores, e da harmonia entre a cidade e a natureza possa repetir mais vezes nas cidades do Brasil e do mundo!

Danielle Rezende

Pé de Cerrado

Parque Estadual

Olá queridos leitores! Hoje resolvi apresentar um pouquinho sobre os Parques Estaduais de Minas Gerais. Alguns Parques são abertos à visitação e podem proporcionar um belíssimo passeio e contemplação da natureza. O Instituto Estadual de Florestas é o órgão responsável por proteger essas unidades de conservação no Estado de Minas Gerais! Abaixo algumas informações e muitas fotos!!!

Retirado de: http://www.ief.mg.gov.br/component/content/114?task=view

O Parque Estadual tem como objetivo básico a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica e beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico. Pertence à categoria de unidades de conservação de proteção integral e é de posse e domínio públicos.
A visitação está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo da unidade, às normas estabelecidas pelo IEF e àquelas previstas no regulamento da unidade.
A pesquisa científica depende de autorização prévia do IEF e está sujeita às condições e restrições por este estabelecidas.
Parque Estadual é uma categoria de unidades de conservação, que se destaca pela grande beleza cênica e relevância ecológica. Os parques são criados com a finalidade de preservar a fauna e flora nativa, principalmente as espécies ameaçadas de extinção, os recursos hídricos (nascentes, rios, cachoeiras), as formações geológicas; conservar valores culturais, históricos e arqueológicos e promover estudos e pesquisas científicas, educação e ambiental e turismo ecológico.

Parques Estaduais abertos à visitação:

                                     • Parque Estadual do Ibitipoca

O Parque Estadual do Ibitipoca está localizado na Zona da Mata, nos municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca. Ocupa o alto da Serra do Ibitipoca, uma extensão da Serra da Mantiqueira.Com uma área de 1.488 hectares, a unidade de conservação está no local onde se dividem as bacias do Rio Grande e do Rio Paraíba do Sul.
Foi criado em 4 de julho de 1973, pela Lei nº 6.126 . ‘Ibitipoca’, palavra tupi-guarani, significa “Serra Fendida”. É o Parque mais visitado do Estado, um dos mais conhecidos do Brasil e a principal atração da região.

• Parque Estadual do Itacolomi

 O Parque Estadual do Itacolomi, localizado nos municípios de Mariana e Ouro Preto, na região sudeste de Minas Gerais, a 100 quilômetros da Capital. Foi criado em 14 de junho de 1967, pela Lei nº 4.495 .
A unidade de conservação abriga o Pico do Itacolomi. Com 1.772 metros de altitude, era ponto de referência para os antigos viajantes da Estrada Real que o chamava de “Farol dos Bandeirantes”. A palavra Itacolomi vem da língua tupi e significa “pedra menina”. Os índios viam o pico como o “filhote” da montanha ou “pedra mãe”.

• Parque Estadual de Nova Baden

O Parque Estadual de Nova Baden é um local cuja beleza destaca-se na região. A área foi protegida em 1974, com a criação da Reserva Biológica de Nova Baden, sendo alterada sua categoria de manejo para Parque em 27 de setembro de 1994, através do Decreto nº 36.069. Está localizado no município de Lambari, na região sul do Estado, conhecida como Circuito das Águas, numa porção do relevo brasileiro conhecido como Planalto Atlântico, na Serra da Mantiqueira. Encontra-se inserido na sub-bacia do Ribeirão do Melo, na bacia hidrográfica do Rio Grande.

• Parque Estadual do Rio Doce

Parque Estadual do Rio Doce está situado na porção sudoeste do Estado, a 248 km de Belo Horizonte, na região do Vale do Aço, inserido nos municípios de Marliéria, Dionísio e Timóteo.
A unidade de conservação abriga a maior floresta tropical de Minas, em seus 36.970 hectares e é a primeira unidade de conservação estadual criada em Minas Gerais. O Decreto Lei nº 1.119, que criou oficialmente o Parque, foi assinado 14 de julho de 1944.

• Parque Estadual do Rio Preto

O Parque Estadual do Rio Preto está localizado no município de São Gonçalo do Rio Preto, distante 70 Km de Diamantina. Foi o primeiro a receber o marco de referência da Estrada Real, que vai de Parati (RJ) até Diamantina.
A história da unidade de conservação está ligada às lendas e mitos dessa antiga área de mineração. Na área, segundo relatos, se escondiam escravos fugidos que conheciam bem suas matas e rochas por haverem trabalhado na construção da Estrada Real. Muitos conseguiram se safar das perseguições dos capitães-do-mato e se juntar a quilombos no interior da Bahia.

• Parque Estadual da Serra do Brigadeiro

 

Criado em 27 de setembro de 1996 (Decreto n.º 38.319), o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro está localizado na região da Zona da Mata, a cerca de 290 Km de Belo Horizonte. Foi aberto à visitação em março de 2005. O Decreto 44.191, publicado em 2005, alterou a área do Parque.
O Parque ocupa o extremo norte da Serra da Mantiqueira ocupando terrenos nos municípios de Araponga, Fervedouro, Miradouro, Ervália, Sericita, Pedra Bonita, Muriaé e Divino. A Serra do Brigadeiro possui inúmeras nascentes, que contribuem de maneira significativa para a formação de duas importantes bacias hidrográficas do Estado: a do rio Doce e a do Paraíba do Sul.

• Parque Estadual da Serra do Rola-Moça

O Parque Estadual da Serra do Rola-Moça é uma das mais importantes áreas verdes do Estado. Situado na região metropolitana de Belo Horizonte, é o terceiro maior parque em área urbana do país e abriga alguns dos mananciais que abastecem a capital.
O nome do Parque foi contado em “causo” e imortalizado por Mário de Andrade em um poema que relata a história de um casal que, logo após a cerimônia de casamento, cruzou a Serra de volta para casa. No caminho, o cavalo da moça escorregou no cascalho e caiu no fundo do grotão. O marido, desesperado, esporou seu cavalo ribanceira abaixo e “a Serra do Rola-Moça, Rola-Moça se chamou”.
A unidade de conservação está localizada nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho e foi criada em 27 de setembro de 1994, coma publicação do Decreto 36.071.

• Parque Estadual do Sumidouro

O Parque Estadual do Sumidouro está localizado na região de Lagoa Santa, distante 50 Km de Belo Horizonte.
A unidade de conservação foi criada na década de 1980, pelo Decreto 20.375, com o objetivo de preservar o patrimônio cultural e natural existente da região. A vegetação é composta de mata de galeria, cerrado e vegetação rupícola. A flora é formada por espécies como ipê amarelo, ipê roxo, moreira, aroeirinha, jatobá do campo, gabiroba, manjoba, mutamba, faveiro dentre outros.

Parques Estaduais fechados à visitação:

Baleia

Serra da Boa Esperança
Biribiri Serra da Candonga
Caminho dos Gerais Serra das Araras
Campos Altos Serra do Cabral
Grão Mogol Serra do Intendente
Lapa Grande Serra do Papagaio
Lagoa do Cajueiro Serra Negra
Mata Seca Serra Nova
Montezuma Sete Salões
Pau Furado Verde Grande
Pico do Itambé Veredas do Peruaçu
Rio Corrente Alto Cariri
Serra Verde

Pé de cerrado

O que é Permacultura?

Centro de permacultura Asa Branca

Permacultura é um método de design que objetiva desenvolver áreas humanas produtivas de forma sustentável, respeitando os ciclos e o equilíbrio natural dos ecossistemas naturais.
Os métodos para criar os espaços permaculturais são diversificados e apropriados para vários ecossistemas do mundo. E para utilizar as técnicas oferecidas pela Permacultura é essencial um método de design, onde a observação e o planejamento de uma área ocupada são os principais quesitos deste método. O emprego do design consiste em aplicar técnicas de aproveitamento de espaço, zoneamentos de acordo com a importância de cada sistema produtivo e a reciclagem do produto excedente produzido pelos elementos e seres vivos que compõe uma dada propriedade. Esse excedente energético é utilizado numa área complementar da propriedade, criando assim um local altamente produtivo e conectado entre si.

A permacultura é muito além do significado agricultura permanente, é um conjunto de práticas que criam soluções sustentáveis para suprir as necessidades essenciais humanas, como garantia de uma produção alimentar de qualidade, a captação e o uso responsável da água potável, a construção de edificações naturais para a moradia, o uso de energia elétrica através de fontes renováveis e limpas e a reciclagem de todo material considerado resíduo ou sobra de um sistema produtivo. Portanto a Permacultura faz o que o sistema convencional não consegue, produzir de forma intensa garantindo, quantidade, qualidade, variedade e o mais importante sem prejudicar os ecossistemas naturais ao qual esta metodologia de vida está completamente integrada.

Onde e quando foi criada a Permacultura?

A Permacultura foi criada na Austrália no final da década de 70 por Bill Mollison e David Holmgren. Bill Mollison era professor universitário e morava no interior da Austrália onde plantava, pescava e criava os seus próprios animais para alimentação. Com o crescimento das indústrias e o consecutivo aumento do consumo e da poluição ambiental, Bill Mollison percebeu que os recursos naturais de sua região estavam aos poucos se deteriorando e que em curto prazo a poluição iria tomar conta de toda área, desequilibrando todo o ecossistema em sua volta. Com isso Mollison resolveu criar um novo modelo de trabalho e desenvolvimento, onde a produção agrícola e as atividades humanas integradas com o meio-ambiente gerassem um progresso sustentável.
Para concluir esse objetivo Bill Mollison resolveu viajar e aprofundar o seus conhecimentos sobre o desenvolvimento sustentável, conhecendo o comportamento de diversos ecossistemas e comunidades humanas tradicionais que ainda tinham um comportamento harmonioso com o meio ambiente. Após anos de pesquisas e experiências realizadas em vários locais no mundo, Bill Mollison criou a Permacultura. Uma metodologia de trabalho onde todos os seus princípios estimulam a criação de ambientes produtivos sustentáveis, tanto em áreas rurais, silvestres e urbanas.
Os ideais da Permacultura consistem nos métodos de design, onde o planejamento e os investimentos necessários para o desenvolvimento sustentável de uma determinada região ou propriedade tem prioridade, fazendo com que todos os recursos disponíveis em um local qualquer sejam aproveitados ao máximo, mas com responsabilidade. Retirar mais do que é produzido e modificar a estrutura natural de sua área para agregar recursos de fora, é uma filosofia de vida que não se enquadra nos moldes da Permacultura. Bil Mollison ao implantar a Permacultura, criou um método de ensino que conecta as disciplinas entre si, onde os conceitos tradicionais praticados pelas pessoas não são ignorados, mas adaptados com o desenvolvimento tecnológico da ciência moderna.

Texto retirado de  http://www.ecocentro.org/vida-sustentavel/permacultura/

Pé de Cerrado

Olá leitores queridos,

Hoje resolvi compartilhar um texto, pois assim como o escritor sinto as mesmas coisas, tenho a mesma indignação e acredito que sejam palavras repletas de reflexão e vontade de mudanças…  O texto é um pouco extenso, mas é uma leitura que vale a pena!

Cái no mundo e não sei voltar

Eduardo Galeano


O que acontece comigo é que não consigo andar pelo mundo pegando coisas e trocando-as pelo modelo seguinte só por que alguém adicionou uma nova função ou a diminuiu um pouco…
Não faz muito, com minha mulher, lavávamos as fraldas dos filhos, pendurávamos na corda junto com outras roupinhas, passávamos, dobrávamos e as preparávamos para que voltassem a serem sujadas.
E eles, nossos nenês, apenas cresceram e tiveram seus próprios filhos se encarregaram de atirar tudo fora, incluindo as fraldas. Se entregaram, inescrupulosamente, às descartáveis!
Sim, já sei. À nossa geração sempre foi difícil jogar fora. Nem os defeituosos conseguíamos descartar! E, assim, andamos pelas ruas, guardando o muco no lenço de tecido, de bolso.
Nããão! Eu não digo que isto era melhor. O que digo é que, em algum momento, me distraí, caí do mundo e, agora, não sei por onde se volta.
O mais provável é que o de agora esteja bem, isto não discuto. O que acontece é que não consigo trocar os aparelhos de som uma vez por ano, o celular a cada três meses ou o monitor do computador por todas as novidades.
Guardo os copos descartáveis! Lavo as luvas de látex que eram para usar uma só vez. Os talheres de plástico convivem com os de aço inoxidável na gaveta dos talheres! É que venho de um tempo em que as coisas eram compradas para toda a vida!
É mais! Se compravam para a vida dos que vinham depois! A gente herdava relógios de parede, jogos de copas, vasilhas e até bacias de louça.
E acontece que em nosso, nem tão longo matrimônio, tivemos mais cozinhas do que as que havia em todo o bairro em minha infância, e trocamos de refrigerador três vezes.
Nos estão incomodando! Eu descobri! Fazem de propósito! Tudo se lasca, se gasta, se oxida, se quebra ou se consome em pouco tempo para que possamos trocar. Nada se arruma. O obsoleto é de fábrica.
Aonde estão os sapateiros fazendo meia-solas dos tênis Nike? Alguém viu algum colchoeiro encordoando colchões, casa por casa? Quem arruma as facas elétricas? o afiador ou o eletricista? Haverá teflon para os funileiros ou assentos de aviões para os talabarteiros?
Tudo se joga fora, tudo se descarta e, entretanto, produzimos mais e mais e mais lixo. Outro dia, li que se produziu mais lixo nos últimos 40 anos que em toda a história da humanidade.
Quem tem menos de 30 anos não vai acreditar: quando eu era pequeno, pela minha casa não passava o caminhão que recolhe o lixo! Eu juro! E tenho menos de … anos! Todos os descartáveis eram orgânicos e iam parar no galinheiro, aos patos ou aos coelhos (e não estou falando do século XVII). Não existia o plástico, nem o nylon. A borracha só víamos nas rodas dos autos e, as que não estavam rodando, as queimávamos na Festa de São João. Os poucos descartáveis que não eram comidos pelos animais, serviam de adubo ou se queimava..
Desse tempo venho eu.  E não que tenha sido melhor…. É que não é fácil para uma pobre pessoa, que educaram com “guarde e guarde que alguma vez pode servir para alguma coisa”, mudar para o “compre e jogue fora que já vem um novo modelo”.
Troca-se de carro a cada três anos, no máximo, por que, caso contrário, és um pobretão. Ainda que o carro que tenhas esteja em bom estado… E precisamos viver endividados, eternamente, para pagar o novo!!! Mas… por amor de Deus!
Minha cabeça não resiste tanto. Agora, meus parentes e os filhos de meus amigos não só trocam de celular uma vez por semana, como, além disto, trocam o número, o endereço eletrônico e, até, o endereço real.
E a mim que me prepararam para viver com o mesmo número, a mesma mulher e o mesmo nome (e vá que era um nome para trocar). Me educaram para guardar tudo. Tuuuudo! O que servia e o que não servia. Por que, algum dia, as coisas poderiam voltar a servir.
Acreditávamos em tudo. Sim, já sei, tivemos um grande problema: nunca nos explicaram que coisas poderiam servir e que coisas não. E no afã de guardar (porque éramos de acreditar), guardávamos até o umbigo de nosso primeiro filho, o dente do segundo, os cadernos do jardim de infância e não sei como não guardamos o primeiro cocô.
Como querem que entenda a essa gente que se descarta de seu celular há poucos meses de o comprar? Será que quando as coisas são conseguidas tão facilmente, não se valorizam e se tornam descartáveis com a mesma facilidade com que foram conseguidas?
Em casa tínhamos um móvel com quatro gavetas. A primeira gaveta era para as toalhas de mesa e os panos de prato, a segunda para os talheres e a terceira e a quarta para tudo o que não fosse toalha ou talheres. E guardávamos…
Como guardávamos!! Tuuuudo!!! Guardávamos as tampinhas dos refrescos!! Como, para quê?  Fazíamos limpadores de calçadas, para colocar diante da porta para tirar o barro. Dobradas e enganchadas numa corda, se tornavam cortinas para os bares. Ao fim das aulas, lhes tirávamos a cortiça, as martelávamos e as pregávamos em uma tabuinha para fazer instrumentos para a festa de fim de ano da escola.
Tuuudo guardávamos! Enquanto o mundo espremia o cérebro para inventar acendedores descartáveis ao término de seu tempo, inventávamos a recarga para acendedores descartáveis. E as Gillette até partidas ao meio se transformavam em apontadores por todo o tempo escolar. E nossas gavetas guardavam as chavezinhas das latas de sardinhas ou de corned-beef, na possibilidade de que alguma lata viesse sem sua chave.
E as pilhas! As pilhas dos primeiros rádios Spica passavam do congelador ao telhado da casa. Por que não sabíamos bem se se devia dar calor ou frio para que durassem um pouco mais. Não nos resignávamos que terminasse sua vida útil, não podíamos acreditar que algo vivesse menos que um jasmim. As coisas não eram descartáveis. Eram guardáveis.
Os jornais!!! Serviam para tudo: para servir de forro para as botas de borracha, para por no piso nos dias de chuva e por sobre todas as coisa para enrolar.
Às vezes sabíamos alguma notícia lendo o jornal tirado de um pedaço de carne!!! E guardávamos o papel de alumínio dos chocolates e dos cigarros para fazer guias de enfeites de natal, e as páginas dos almanaques para fazer quadros, e os conta-gotas dos remédios para algum medicamento que não o trouxesse, e os fósforos usados por que podíamos acender uma boca de fogão (Volcán era a marca de um fogão que funcionava com gás de querosene) desde outra que estivesse acesa, e as caixas de sapatos se transformavam nos primeiros álbuns de fotos e os baralhos se reutilizavam, mesmo que faltasse alguma carta, com a inscrição a mão em um valete de espada que dizia “esta é um 4 de copas”.
As gavetas guardavam pedaços esquerdos de prendedores de roupa e o ganchinho de metal. Ao tempo esperavam somente pedaços direitos que esperavam a sua outra metade, para voltar outra vez a ser um prendedor completo.
Eu sei o que nos acontecia: nos custava muito declarar a morte de nossos objetos. Assim como hoje as novas gerações decidem matá-los tão-logo aparentem deixar de ser úteis, aqueles tempos eram de não se declarar nada morto: nem a Walt Disney!!!
E quando nos venderam sorvetes em copinhos, cuja tampa se convertia em base, e nos disseram: Comam o sorvete e depois joguem o copinho fora, nós dizíamos que sim, mas, imagina que a tirávamos fora!!! As colocávamos a viver na estante dos copos e das taças. As latas de ervilhas e de pêssegos se transformavam em vasos e até telefones. As primeiras garrafas de plástico se transformaram em enfeites de duvidosa beleza. As caixas de ovos se converteram em depósitos de aquarelas, as tampas de garrafões em cinzeiros, as primeiras latas de cerveja em porta-lápis e as cortiças esperaram encontrar-se com uma garrafa.
E me mordo para não fazer um paralelo entre os valores que se descartam e os que preservávamos. Ah!!! Não vou fazer!!!
Morro por dizer que hoje não só os eletrodomésticos são descartáveis; também o matrimônio e até a amizade são descartáveis. Mas não cometerei a imprudência de comparar objetos com pessoas.
Me mordo para não falar da identidade que se vai perdendo, da memória coletiva que se vai descartando, do passado efêmero. Não vou fazer.
Não vou misturar os temas, não vou dizer que ao eterno tornaram caduco e ao caduco fizeram eterno.
Não vou dizer que aos velhos se declara a morte apenas começam a falhar em suas funções, que aos cônjuges se trocam por modelos mais novos, que as pessoas a que lhes falta alguma função se discrimina o que se valoriza aos mais bonitos, com brilhos, com brilhantina no cabelo e glamour.
Esta só é uma crônica que fala de fraldas e de celulares. Do contrário, se misturariam as coisas, teria que pensar seriamente em entregar à bruxa, como parte do pagamento de uma senhora com menos quilômetros e alguma função nova. Mas, como sou lento para transitar este mundo da reposição e corro o risco de que a bruxa me ganhe a mão e seja eu o entregue…

Eduardo Galeano é jornalista e escritor uruguaio

Pé de Cerrado

“A solução pro nosso povo
Eu vou dá
Negócio bom assim
Ninguém nunca viu
Tá tudo pronto aqui
É só vim pegar
A solução é alugar o Brasil!…”

O conceito de desenvolvimento para uma região, geralmente está atrelado à exploração dos recursos naturais que se dá de forma descontrolada.  Essa super exploração gera conseqüências negativas no planeta, e nesse cenário surge a necessidade de se desenvolver, sem acometer a qualidade de vida das futuras gerações – o chamado desenvolvimento sustentável. Refletindo sobre o modelo econômico e as estratégias de mercado é fato que tudo se torna mercadoria, e com  a natureza não poderia ser diferente. Assim, os recursos naturais, tornam-se fonte de cobiça e riqueza.
A enorme biodiversidade do Brasil, somada à escassez de políticas públicas protecionistas abre precedentes para que o país seja um importante alvo da biopirataria. “A Biopirataria é a exploração, manipulação, exportação de recursos biológicos, com fins comerciais, e tem ínsita a idéia de contrabando de espécimes da flora e da fauna com apropriação de seus princípios ativos e monopolização desse conhecimento por meio do sistema de patentes”, logo, a exploração do conhecimento de comunidades tradicionais também está incluída no termo, que ainda não é fechado, ou definido.
Apesar da relevância do tema, ainda não existe uma lei e fiscalização efetivas para o combate da biopirataria no Brasil. Laboratórios, cientistas estrangeiros, aproveitam a brecha e tomam a frente em linhas de pesquisas com recursos genéticos, o que favorece principalmente a indústria farmacêutica dos países do hemisfério norte, que se tornam detentores de fórmulas e medicamentos, repassados com alto custo para o consumidor.
Essa realidade que parece distante da gente, pois a maioria das pessoas vê a Amazônia como principal campo para tais transações, acontece o tempo todo, mais perto do que se imagina. Já foram relatados diversos casos em Minas Gerais e um dos mais surpreendentes, ocorreu quando estudantes de Biologia despacharam centenas de aranhas e escorpiões vivos para a Europa. Infelizmente, é complicado combater a biopirataria apenas com a fiscalização, pois muitos produtores rurais, e comunidades estão expostos à se tornarem pontes desse comércio ilegal. O conhecimento da população como um todo sobre a sua própria biodiversidade e a necessidade de protegê-la, é importantíssimo para que nosso país não fique à mercê do mercado estrangeiro, sem reconhecer, conservar e extrair de forma inteligente, aquilo que se tem em fartura.

Danielle Rezende

Pé de Cerrado

“O Brasil colonial não era igual a Portugal
A raiz do meu país era multirracial
Tinha índio, branco, amarelo, preto
Nascemos da mistura, então por que o preconceito?”

Gabriel O Pensador


As densas florestas de beleza exuberante, rios largos, fauna sem igual, coloriam o cenário do território brasileiro há menos de 600 anos atrás.  Os povos que ali habitavam, considerados selvagens, preguiçosos  pelos colonizadores tinham muito a ensinar, mas infelizmente não houve acordo, tentativa de comunicação, troca. Me parece que é sempre isso que acontece nas relações humanas: imposição de culturas, sobreposição de pensamentos, uniformização de hábitos e costumes gerando a desvalorização da riqueza cultural e ideológica. Entra ano, sai ano, e eu ainda não entendo o despropósito de se destinar um dia do calendário  ao índio. Tá lá, dia 19 de abril: Dia do Índio! Quanta generosidade e honra, lembrar dos indígenas e realizar comemorações e homenagens. Nas escolas as crianças confeccionam um cocar com  pequenas mãozinhas faceiras de quem sabe deixar a imaginação fluir naturalmente. Terminado o belo e colorido trabalho, o que há de se fazer além de colocar o cocar de papel na cabeça e dar alguns pulinhos gritando huhuhuhuhuhuhu, com as mãozinhas batendo na boca. E termina por aí as informações que precisamos saber.
O massacre  de anos atrás permanece até os dias de hoje.  A sociedade moderna acaba proporcionando aos povos indígenas determinados valores e hábitos, que não pertencem às suas raízes. É claro que esses maus costumes e comportamentos, que deveriam estar sendo discutidos na nossa própria sociedade são facilmente assimilados no interior das tribos, pois algumas possibilidades oferecem  certo encantamento e a falsa sensação de facilidade. Muitas comunidades vivem em terras de poucos recursos naturais, matas devastadas, águas contaminadas e rios em processo de assoreamento. Por esse motivo, fica difícil caçar, e plantar para a subsistência, e assim a Fundação Nacional do Índio (FUNAI)  fornece cestas básicas com alimentos de baixo valor nutricional e diversos problemas são desencadeados como: doenças contagiosas, dependência direta da sociedade nacional, produção de lixo urbano que acaba sendo tratado de forma incorreta.
São teoricamente protegidos pelas leis nacionais, mas o que se percebe é a mínima representatividade e cuidado com as pequenas tribos que ainda restam. Espero que algum dia possamos discutir a real importância da cultura indígena, do seu valor histórico, afinal trata-se de nossas origens primordiais. Temos muito a aprender com algumas comunidades que utilizam de vegetais para tratamento de doenças, elaboram utensílios artísticos,  sobrevivem da produção agrícola embasados numa moral  em equilíbrio com a natureza. Que esse dia não demore a chegar, ou em breve as únicas recordações estarão em páginas de livros e documentos amarelados pelo descaso.

Danielle Rezende

Pé de Cerrado

“Documentário baseado no livro “O buraco branco no tempo”, no qual o físico Peter Russel, numa linguagem acessível, mostra porque a atual crise da humanidade é, na verdade, uma crise de percepção, e chama a atenção para o ritmo vertiginoso da atual evolução tecnológica. Podemos, neste momento, estar à beira de um decisivo salto de compreensão a respeito do tempo e de nós mesmos.
As idéias deste livro inquietante vão além de muitas compreensões padronizadas que temos a respeito da vida. Elas nos levam a pensar sobre o tempo de uma forma diferente e nos faz exercitar uma nova maneira de nos percebermos, como espécie, dentro do contexto da evolução e do Cosmos.”

Venhamos e convenhamos, não é de hoje a famosa rivalidade entre as concepções religiosas e a ciência. Dizer isso num contexto histórico em que a dominação se fazia presente, e a liberdade de expressão e de pensamentos era condenada é de certa maneira considerável, mas atualmente, é complicado acreditar que isso possa acontecer. Traçando uma linha do tempo, é possível observar diversas mudanças de paradigmas, que colaboram nas percepções em geral. É o que eu digo e repito sempre, grande parte das pessoas, ainda não aprendeu a expor sua opinião respeitando à do outro. Os melhores debates, as melhores decisões, são tomadas a partir de um embasamento coletivo, onde uma gama de idéias são colocadas, até que seja possível culminar em alguns pontos em comum.Existe um trabalho demonstrando, as quatro grandes vertentes: a filosofia, a religião, a arte e a ciência, formando um desenho esquemático, onde o homem seria capaz de perpassar por todas as áreas, sem necessariamente, colocá-las em confronto. A filosofia utiliza da razão e da intuição. A religião, da intuição e da emoção. A arte, da emoção e da sensação. E por fim, a ciência apodera-se da sensação e da razão. Nessa perspectiva, a lógica é que não deveria haver um embate entre ciência e religião.  Pensemos de maneira prática: um cientista sem princípios éticos pode acabar com o planeta, direcionando os caminhos científicos para finalidades sem utilidades reais e concretas, sem o objetivo do bem comum. Já a religião sem as diversas descobertas da ciência, se encontraria perdida no tempo, de forma a não usufruir de alguns  benefícios que a modernidade produz. Já ouvi muitos discursos que opõe de maneira categórica, por exemplo, a evolução dos princípios religiosos. Não sejamos tão preconceituosos assim!  A evolução não implica em contradizer a Igreja e seus fundamentos. Não caímos das árvores e de macacos nos transformamos em homens. O processo não acontece dessa forma, a evolução é muito mais bonita e surpreendente do que se possa imaginar. Não somos seres superiores, magnatas, topo da escala evolutiva o que existe na verdade são espécies mais bem sucedidas, sejam elas mais simples ou mais complexas.
O que falta no final das contas é a disposição para as mudanças. A sociedade atual, encontra-se no  maior e mais decisivo momento evolutivo,  e cá pra nós, não se trata de um processo fácil. É o chamado desenvolvimento da consciência. Perdemos tempo no agora, pensando no futuro, perdemos tempo com bobagens, sem traçar intencionalidades dotadas de bem e amor, e o pior de tudo, perdemos tempo com apego às coisas materiais, certos de que o dinheiro é capaz de comprar coisas que nos trarão felicidade.

Danielle Rezende