Alimento

Necessito recolher-me
Guardar o devido
Limpar o necessário
Dar alimento a alma

Necessito zelar e afagar
Cuidar e acariciar
Aprender a ser amada.
Isso é amor!
Deixe-me viver assim para sempre…
(Bárbara Janine)

04/07/2013 por Lucian Grillo

Cagadinha caipira

Eis a mata cheia de finas flores amarelas,
Intensas cigarras numa algazarra sonora,
Beleza pura, rara, de algumas citronelas,
O horizonte infinito vai vegetação a fora…

Fiquei ali pensando tão belo o meu sertão,
De veredas sinuosas: Avenidas consoantes,
Igarapés ao longe fazem uma bela canção,
Similar a que se faz na janela às amantes…

A ansiar folgado sinto que acabou o filme,
Não me resta, além disso, figurante papel,
Alcanço que uma história sertaneja viu me.

Desarticulo canhoto pelo capão até o céu,
Sem admirar pra trás num caminhar firme,
Continuo a marchar num compasso cruel.

Auro Sérgio – Poeta unaiense.

Flor quebrada

Procuraste em outro,
em outro te achaste,
eu, doido aos dezoito
perdi a vida. A haste
que prendia meu eu
se quebrou ao meio.
A última flor morreu
e outra flor não veio…

Auro Sérgio – Poeta unaiense
http://www.poemasdocerrado.blogspot.com.br

23/11/2012 por Alda Alves Barbosa

Espaço para os leitores

Este poema maravilhosamente lúdico é de um poeta de Brasilândia que mora em Unaí e estuda no INESC. Já tem um livro editado e desponta com pérolas como esta!

Bem-vindo Welder Valadares!

Lamento da inocência

Meu Deus me livra da mediocridade
desses dias supérfluos,
afasta-me dessas pessoas
que só tem fome de matéria.
Me dá uma corda e um arco de bambolê,
me canta a ciranda do passa anel e corre cutia.
Ó pai, me manda comprar um quilo de açúcar
na venda ali da esquina e trazer o troco de bala macia.
Ó mãe, pega o chinelo pra me mandar tomar banho,
esfrega meus pés com a escova dura, pra limpar direito
e arruma meu cabelo que ainda nem sei pentear.
Ó Deus, ó pai, ó mãe, me deixa ser menino de novo,
me pega no colo, me cheira, me adula.
Ó menino.

(Wendel Valadares)

12/11/2012 por Alda Alves Barbosa

Cantinho do Leitor

REMANDO A FAVOR

Sou contra a opressão,
Contra o medo,
Contra a dominação,
Contra aflição,
Contra a angustia,
Contra a repressão,
Contra a violência,
Contra a vilania,
Contra a tirania,
Contra o agouro,
Contra o sofisma,
Sou contra,
Até mesmo pelo
Prazer de ser contra

Sou contra.

Adriano Versiani

26/09/2012 por Alda Alves Barbosa

Cantinho do leitor

POEMA

Mandei para as entranhas
De um mundo surdo,
Um pedaço de amor que
Hoje anda mudo.

O amor mudo vê,
O estranho de tudo,
A estranheza da vida.
Um simples momento,
O cerrado em plena seca,
E minha mão que tenta afanar
Um amor morto pelo tempo.

Não faço sozinho,
Aquilo que me atrasa,
Ainda sou estranho no ninho,
A vida é uma brasa.

Seguro o pé do tempo,
Para fazer minha morada,
Mas revoltoso,
Ele bate em retirada.

Fico eu,
Eu e eu mesmo sem saída ou chegada,
Mas sigo o caminho,
A vida me mostrou que a caminhada vale
Mais que o fim da estrada.

Poema de um leitor

06/08/2012 por Alda Alves Barbosa

Cantinho do leitor

SINA – POETRIX

Transportam dor,

Cansaço suor e amor.

Sina cumprida!

Bárbara Janine Ramos e Silva – Buritis – MG

05/07/2012 por Alda Alves Barbosa

“Cantinho do Leitor”‏ Inocência

Ao beijar tua boca
Recupero os afagos
Perdidos no tempo.

Teu olhar de menina-moça
Intimida meus desejos de
Ti… Contraditoriamente
Quero-te mais, muito mais.

O que fazer se metade
De mim te quer e a outra
Metade também?
Quero-te por inteira!

Venha para os meus braços
Angelicalmente! Deixa-me
Percorrer teus caminhos…
Não tenhas medo, entrega-te
A mim, ao meu corpo que te
Deseja que te suplica
Para que venhas linda…
Meu amor!

Ricardo Soares – Paracatu