Lançamento do romance “Permita-se”, da jovem escritora unaiense Bárbara Couto

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No dia 21 de julho, quinta-feira, a Tecelagem de Unaí abriu seu espaço para outra arte: a literatura. E a Academia de Letras de Unaí e Região – ALUR estava lá cumprindo o seu objetivo maior que é o de incentivar o “nascimento” de novos escritores e novos poetas.

Num ambiente impregnado pela beleza das letras, Bárbara Couto mostra a nós unaienses seu primeiro livro. Numa narrativa envolvente sobre um tema atual, a violência contra a mulher, a autora de “Permita-se” não só denuncia essas violências – físicas e psicológicas – como também mostra caminhos, através da personagem, para sair das terríveis condições de dependências a que a mulher fica submetida. Caminhos estes longos e cheios de percalços, mas enfim o viver sobre a “égide da liberdade” com todas as responsabilidades que lhe são inerentes.

A Academia de Letras de Unaí e Região – ALUR compartilhou destes momentos significativos com o Cerimonial:

Mestre de cerimônias – Lucian Grillo;

Maestro Elias – No saxofone com a música “Carinhoso”;

Alda Alves Barbosa – Fala sobre o tema e a transformação deste tema num romance;

Ana Maria de M. Carvalho – Recitou a poesia de Cássia Janeiro –  “Mulheres”

Leninha Sousa – Leitura da orelha do livro “Permita-se” escrito por Ana Maria Moraes de Carvalho;

Leninha Sousa – Recitou uma poesia de sua autoria;

Bárbara Couto – Apresentação do  romance “Permita-se”;

Cleusa Oliveira –  Poesia – “Bárbara bela”;

Maestro Elias – Encerramento com a música “Poderosa” de autoria Ivan Lins;

Venda dos livros e autógrafos;

Chá acompanhado de deliciosos biscoitinhos.

A imprensa unaiense esteve presente através da TV Rio Preto, Mais TV e o Portal  Unaí.

Texto de Alda Alves Barbosa.

Fotografia –  Ilma Costa

Galeria:

 

Academia de Letras de Unaí e Região – ALUR –, após diplomação de seus Membros Fundadores, recomeça seus trabalhos

 

01 Foto Oficial

Dezessete escritores e poetas se reuniram no dia 05 de dezembro de 2015 para um momento histórico na cultura do Noroeste Mineiro: a Diplomação dos Membros Fundadores da Academia de Letras de Unaí e Região, evento que aconteceu na Câmara Municipal de Unaí.

A entidade foi fundada em 26 de março de 2015, sendo Alda Alves Barbosa eleita por unanimidade para ocupar a presidência da ALUR. A acadêmica Maria Helena de Souza Leitão, em seu discurso na solenidade de diplomação, afirmou que “JK fez 50 anos em cinco e Alda parece querer seguir os passos dele”, se referindo ao tempo recorde da fundação à diplomação, e com algumas conquistas para a Academia de Letras.

A luta pela criação da entidade foi iniciada pela escritora Alda Alves Barbosa, que há muitos anos milita na cultura unaiense, em contato com escritores de Unaí e região buscando o resgate e a valorização da arte e da cultura na região.

Mesa - Tenente Renato Noronha, Alda A. Barbosa, Dr. Marcos Tadeu, Francisca Peres e Ildeu Pereira

O evento iniciou com o registro da foto oficial. A mesa principal foi composta pelas autoridades presentes: Francisca Costa Peres, Secretária de Educação de Unaí, representando o prefeito municipal Delvito Alves; Ildeu Pereira da Silva, representando o CEPASA; a presidente da ALUR Alda Alves Barbosa; Renato Noronha, Tenente do 28º Batalhão da Polícia Militar de Unaí e o Dr. Marcos Tadeu, delegado geral de polícia.

A Presidente Alda Alves Barbosa iniciou a solenidade falando sobre a importância de desenvolver a cultura na região.  “O futuro da Academia de Letras de Unaí e Região – ALUR, nada valerá se o coração de todos os Acadêmicos não bater no mesmo compasso, se nossos olhares não vislumbrarem os mesmos horizontes. É nesse ritmo e nesta sequência que se construirá um futuro do qual as gerações sucessoras poderão se orgulhar do que fizemos da mesma forma que hoje, no agora, nos orgulhamos do passado ainda tão recente”, afirmou. E concluiu agradecendo: “Na pessoa de minha mãe, Ilda Alves Barbosa, de meu pai, Álvaro Rodrigues Barbosa, e de meus irmãos Zezé, Herval e Joacélia presto meu tributo”. “É como mulher, escritora, cidadã unaiense, que hoje, com a ajuda de Deus, dos unaienses, dos Bonfinopolitanos, dos Cabeceirenses, amantes das letras, e dos membros da ALUR, que confiaram na minha condição feminina para realizarmos juntos este sonho de transformarmos nosso sertão através da multiplicação das letras e do trabalho oriundo dela”.

Dona Maria Tôrres Gonçalves (in memoriam), professora, historiadora e escritora unaiense, foi eleita patronesse da ALUR. Maria Elena de Souza Leitão explanou sobre a importância do trabalho cultural da patronesse em Unaí e região. Em seguida, Maria de Fátima, neta de Maria Tôrres, fez um breve relato de sua vida com a avó e recebeu o certificado e a medalha da ALUR entregue pelo acadêmico Geraldo Magela da Cruz.

Receberam o “Diploma de Reconhecimento” pelo apoio e grande colaboração nos trabalhos da ALUR: Bordon Silvério Martins e Silva, na pessoa de sua advogada, Dra. Juliana Matos; Andreia Zulato Marçola e Luiz André Alves de Sousa.

Nunes de Souza

 

Representando todos os acadêmicos, falou o poeta Nunes de Souza, natural de Bonfinópolis de Minas, que enfatizou: “Hoje o momento é solene, de concretização de valores, de elevação da nossa cultura ao patamar do reconhecimento público merecido, e bem sabem os poetas que ‘a poesia pode tudo, o poeta quase’. Com essa concepção, hoje dia 05 de dezembro de 2015, sentimo-nos felizes ao ver que os sonhos que permearam as nossas mentes foram regados, trabalhados, chegando a esse momento máximo, com a coroação do nosso projeto, a diplomação dos seus acadêmicos fundadores imortais da ALUR”.

A solenidade, organizada pela “Monumental Cerimonial e Eventos” e conduzida pelo Mestre de Cerimônias, Lucian Grillo, foi regada pela boa música do Maestro Elias – saxofone – e Cléber – teclado. Um momento de cultura que evidenciou o comprometimento e a seriedade da ALUR com os escritores e o povo de nossa região.

Membros Fundadores Diplomados da Academia de Letras de Unaí e Região:

Presidente: Alda Alves Barbosa, cadeira 13
Alberto Tadeu Martins Ferreira, cadeira 19
Altair Ribeiro de Sá, cadeira 05
Ana Maria de Morais Carvalho, cadeira 18
Ana Paula Rodrigues Cardoso Mendes, cadeira 12
Cid Olímpio de Souza, cadeira  07
Ildeu Pereira da Silva, cadeira 17
Ivan de Souza Coimbra, cadeira 02 – Cabeceira Grande
Geraldo Magela da Cruz, cadeira 08
Gilmar da Silva Lima, cadeira 21
José Claudio Coimbra, cadeira  10 – Cabeceira Grande
José Nogueira Soares, cadeira  06
Maria Helena de Souza Leitão, cadeira 03
Ronair Pereira da Gama, cadeira 11
Sebastião Antônio de Melo, cadeira 14 – Bonfinópolis de Minas
Nunes de Souza, cadeira 16 – Bonfinópolis de Minas
Vanildes Menezes de Oliveira, cadeira 15

Galeria dos diplomandos

Galeria:

Cinco anos de site “Raízes”

O site “Raízes” completa hoje 05 anos de existência! Os meus agradecimentos a todos que o acessam! O meu abraço às pessoas dos 57 países que o visitam! São 05 anos de assuntos diversificados escritos e postados nas madrugadas, momentos em que a vida floresce em mim!
Dê um presente a ele – o site – curta-o! Obrigada a todos! Timtim!

Membros fundadores da Academia de Letras de Unaí e Região realizam primeira reunião ordinária após fundação

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A Academia de Letras de Unaí e Região promoveu nesta quinta-feira, dia 21/05, a primeira Reunião Ordinária, após o registro da mesma. Na pauta – entre muitos assuntos, houve o sorteio do número da Cadeira que cada Membro Fundador ocupará.

Inicialmente aconteceu a apresentação dos Acadêmicos fundadores onde cada membro pode relatar um pouco de sua trajetória literária. A Presidente da Academia de Letras de Unaí e Região Alda Alves Barbosa dirigiu o evento, onde diversos assuntos internos foram tratados, e a seguir foi feito o sorteio do número da Cadeira que cada Membro Fundador ocupará

Através de sorteio os Membros Fundadores ocupam as seguintes Cadeiras:

01 – Joaquim Romeu Valadares do Prado (Jaques Valadares);
03 – Maria Elena de Sousa Leitão (Leninha);
05 – Altair Ribeiro de Sá;
06 – José Nogueira Soares;
07 – Cid Olímpio de Souza;
08 – Geraldo Magela da Cruz;
09 – Maria das Graças Pereira Menezes (Mary);
10 – José Claudio Coimbra – Cabeceira Grande-MG
11 – Ronair Pereira da Gama;
13 – Alda Alves Barbosa
14 – Sebastião Antônio de Mello – Bonfinópolis de Minas-MG
16 – Vanderlito do Divino Nunes de Souza (Nunes de Souza) – Bonfinópolis de Minas-MG
17 – Ildeu Pereira da Silva;
18 – Ana Maria Moraes Carvalho;
19 – Alberto Tadeu Martins Ferreira (Betinho);
20 – Nonato Mendes;
21 – Gilmar da Silva Lima;
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A Presidente da Academia de Letras de Unaí e Região Alda Alves Barbosa

Não puderam comparecer à reunião da Academia de Letras de Unaí e Região (ALUR) e justificaram as ausências: Vanildes Menezes de Oliveira, Ana Paula R. Cardoso, Ivan de Souza Coimbra e Leonardo Rocha, ficando o sorteio das Cadeiras destes Acadêmicos que não puderam comparecer, para a próxima reunião.

A Academia de Letras de Unaí e Região foi fundada em 26 de março de 2015. A finalidade é congregar, reunir e organizar os escritores nascidos ou residentes em Unaí ou região; promover, divulgar e incentivar a literatura local e regional; incentivar o surgimento de novos escritores; realizar intercâmbio com outras organizações literárias, culturais e sociais, nacionais ou estrangeiras; promover a integração literária e cultural na região; incentivar ou auxiliar como for possível o lançamento de livros; promover eventos literários e culturais entre seus membros ou aberto ao público; participar de iniciativas que promovam o desenvolvimento cultural de Unaí e região e políticas públicas da área de cultura.

A diretoria da entidade é constituida por Alda Alves Barbosa, presidente; Jaques Valadares, vice-presidente; Cid Olímpio, secretário geral; José Nogueira Soares, primeiro secretário; Geraldo Magela da Cruz, tesoureiro; Ivan de Souza Coimbra, primeiro tesoureiro; Mary Meneses, secretário de eventos intercâmbio; Ronair Pereira da Gama, secretário de biblioteca; Ildeu Pereira, secretário de publicações e imprensa. Conselho Fiscal: Alberto Tadeu Martins, Ana Paula Cardoso Mendes e Leonardo Rocha Gonzaga.

José Campetti Nieto – http://www.unainet.com.

Galeria:

FUNDADA A ACADEMIA DE LETRAS DE UNAÍ E REGIÃO – ALU

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Texto: Andréia Zulato

Fotos: Lucian Grillo

No dia 26 de março de 2015 no CEPASA aconteceu a reunião para a fundação da ACADEMIA DE LETRAS DE UNAÍ E REGIÃO (ALUR) – entende-se por região, cidades em um raio de 350 km. Uma iniciativa dos escritores e poetas Alda Alves Barbosa, Jaques Valadares e Ildeu Pereira.

Estiveram presentes os escritores (Acadêmicos Fundadores) de Unaí, de Bonfinópolis de Minas e de Cabeceira Grande. De Unaí: Alda Alves Barbosa, Jaques Valadares, Ildeu Pereira, Cid Olímpio de Souza, José Nogueira Soares, Geraldo Magela da Cruz, Mary Meneses, Ronair Pereira da Gama, Leonardo Rocha Gonzaga, Vanildes Menezes Oliveira, Alberto Tadeu Martins Ferreira e Ana Paula R. Cardoso. De Bonfinópolis de Minas: Nunes de Souza e Sebastião de Mello. De Cabeceira Grande: Ivan de Souza Coimbra. Justificaram suas ausências Leninha leitão, Altair de Sá, Nonato Mendes , Pastor Gilmar e Ana Maria Moraes Carvalho.

Através de aclamação, foi escolhida a diretoria da entidade: Alda Alves Barbosa, presidente; Jaques Valadares, vice-presidente; Cid Olímpio, secretário geral; José Nogueira Soares, primeiro secretário; Geraldo Magela da Cruz, tesoureiro; Ivan de Souza Coimbra, primeiro tesoureiro; Mary Meneses, secretário de eventos intercâmbio; Ronair Pereira da Gama, secretário de biblioteca; Ildeu Pereira, secretário de publicações e imprensa.
Também foi eleito o Conselho Fiscal conforme Artigo 19 do Estatuto da ALUR, os seguintes membros: Alberto Tadeu Martins, Ana Paula Cardoso Mendes e Leonardo Rocha Gonzaga.

A finalidade da ACADEMIA DE LETRAS DE UNAÍ E REGIÃO é congregar, reunir e organizar os escritores nascidos ou residentes em UNAÍ ou região; promover, divulgar e incentivar a literatura local e regional; incentivar o surgimento de novos escritores; realizar intercâmbio com outras organizações literárias, culturais e sociais, nacionais ou estrangeiras; promover a integração literária e cultural na tríplice fronteira; incentivar ou auxiliar como for possível o lançamento de livros; promover eventos literários e culturais entre seus membros ou aberto ao público; participar de iniciativas que promovam o desenvolvimento cultural de UNAÍ e REGIÃO e Políticas Públicas da área de Cultura.

Segundo a presidente Alda Alves Barbosa, ainda esta semana, a ALUR será registrada em cartório de acordo com as exigências das leis brasileiras. “A semente foi plantada. Se regada, e será, frutificará” – ressaltou a escritora unaiense.

galeria de fotos:

Ferrer fala de seu trabalho

Perfeccionista, músico e ator de Montes Claros está em Unaí para fazer o “resgate” do mundo cultural da cidade Por Alda Alves Barbosa fabio Fábio Ferrer é mineiro de Montes Claros e está em Unaí a convite do empresário Bordon Silvério Martins e Silva para tornar real o sonho dos unaienses de ter um espaço para se descobrirem. E a Casa da Cultura está nascendo para aprofundar o que sempre ficou em suspenso:está nascendo de uma necessidade quase que imediata de nos encontrarmos, de nos vermos, de respondermos a eterna pergunta: Quem é o povo unaiense? De onde eles vieram? Do que gostam? Do que… Do que… Estas respostas virão à medida que cada canto da “Casa da Cultura” for preenchido por “Pedaços de nós.” Em cada “nós” existe uma familiaridade com os Drummond, os Pessoas, violeiros, as Adélias Prados, as donas Bentas, os Rolandos Boldrins, as Inezitas Barrosos… Ali encontraremos para ouvir, cantar e cantar, fazer, aplaudir. Faremos disto o nosso cotidiano: uma exigência que se pode traduzir como sendo de beleza, de amor, de liberdade de ser do jeito que somos: mineiros sim, mas das Gerais.

Profissionalmente como você se define?

Sou formado em Música, Canto Lírico, em Composição, Artes Cênicas; sou pós-graduado em Patrimônio Cultural, Conservação Integrada pelo CRECI. Cursei Turismo (incompleto) e sou autodidata em Artes Plásticas. Fui professor de Expressão Vocal na Universidade Federal de Ouro Preto. Sou ator (tive oportunidade de atuar em duas novelas) fiz teatro com peças bastante significativas e cinema.Também sou escritor.

Você construiu “um mundo” de arte. Como é viver dentro desse contexto lúdico? Difícil conciliar tantas possibilidades? Bom, é muito difícil. Na verdade eu me disperso demais e as artes exigem muita dedicação. E este leque de possibilidades me fez abdicar da música, da minha parte de escultura de atelier (quando eu o tinha). O mesmo aconteceu com a literatura. Ao fazermos escolhas um lado sempre ficará prejudicado e isto aconteceu e está acontecendo comigo. Atualmente estou atuante nas artes visuais; essa coisa de restauração, de adequação… Mas o meu projeto de vida ainda é musical.

Você disse que seu projeto de vida ainda é musical. Já conseguiu estipular uma data para o recomeço?

Ainda não. Meu sonho é realmente o resgate musical. Eu preciso dar mais vazão para esta área que embora seja a minha prioridade, com tantas vertentes, ela sempre ficou para trás.

Qual é a ética de uma restauração?

Existem varias éticas de intervenção. A ética mais usada quando se faz uma restauração de um bem móvel, por exemplo, um retábulo, um detalhe de um ornamento ou um detalhe de imaginária, você volta e aquele espaço de monocromia tendo que deixar um pequeno detalhe para dizer que ali já foi feita uma intervenção. Mas na intervenção de bens imóveis, por exemplo, no caso de edificações, sou de uma linha de resgatar o máximo possível à feição, trabalhar com a estética sem me aproximar da forma agressiva das técnicas contemporâneas. Isso acaba com a preocupação de que isto é novo, isto está sendo feito agora. Muitos esquecem que o mais importante é o antigo.

No Brasil, principalmente nosso “Sertão das Gerais”, o costume é derrubar o passado para construir o futuro. Portanto, você como restaurador tem em mãos uma(s) fotografia(s) e alguns “restos mortais” que insistem em sobreviver. Como é imaginar o passado para depois reconstruí-lo?

Louca pergunta! (risos). Gosto de citar uma frase minha que é “O passado é o argumento do futuro”, porque fazer uma intervenção é desafiador para qualquer um. Dependemos do local, do espaço, das conotações culturais, cognitivas. Como vê, envolve uma gama de indicativos para se chegar a um consenso. E esse consenso não será o ideal. Não chegaremos aos cem por cento. Costumo dizer que tentar resgatar o passado é tentar mostrar aquilo que poderia melhor ter sido, porque não há retorno. O fantástico mesmo é a tentativa de se chegar.

Pra começar a construção do que já foi vivido o traçado é seu. A partir do momento que você está nesse passado, ele passa a lhe pertencer? Nossa gente, essas perguntas são altamente fantásticas, filosóficas e conceituais! Esse tipo de pergunta é para se discutir muito. Ela abre um leque imenso de possibilidades. Acho que até o presente a gente não pertence a ele (contemporaneidade). De certa forma nem o futuro. Talvez o passado seja algo que a gente tenta buscar, quer possuir, porque ele representa alguma coisa de âncora, de estabilidade, de identidade, de saber de onde você está destoado.

Qual seu sentimento de estar inserido no processo de resgate do pouco passado visível que restou de nossa Unaí, já que o empresário Bordon Silvério Martins e Silva e você estarão na história unaiense como pioneiros nesse resgate da alma desse pedaço do Sertão das Gerais?

Que maravilha! Acho bonito quando você fala isso: um pedaço! Eu disse hoje algo interessante: “Unaí pode ter a menor história, muito menor que a de Paracatu, mas é a história dela, é a história do Capim Branco”. E isso os habitantes daqui têm que saber. A história unaiense por menor que seja é a história da cidade. Nesse contexto ela é mais importante que qualquer história que seja, porque ela é a história local, e é isto que tem importância. O valor maior é o que está em sua casa só assim você saberá dar valor o que está fora dela. Assim é com a sua cidade ou com a cidade que você mora. Desenvolver isso é de suma importância. Eu me sinto muito honrado se eu estiver contribuindo com esse passado e espero contribuir o máximo possível.

Estamos a 99 km de Paracatu. Uma cidade que sempre preservou seu passado, sua memória. Como foi chegar aqui e ver uma cidade totalmente destituída das lembranças dos ontens?

Quando eu conheci a iconografia de Unaí fiquei pensando… Como pode uma cidade ser praticamente destruída do seu passado por causa de negligência e pela total ausência de um pensamento grande, de um olhar diferenciado. Tiraram dessa geração e das que virão o direito de ter contato com o valor histórico, econômico e sentimental. Estes valores são importantíssimos. Todos têm direitos de vivenciar o passado de sua cidade ou do lugar que escolheram para morar. Não se pode impedir que outras gerações possam usufruir dos valores do seu passado. É bom repensar no que fizeram dos ontens unaienses para que não aconteça o mesmo com o presente que certamente será passado.

A cultura é o nosso norte?

É o norte, o sul, o leste o oeste. Unaí tem hoje várias facetas culturais: músicas, plásticas, artes cênicas; o espaço é grande e diversificado. Quando você cria um espaço você cria uma coisa física, existencial, quando ele existe, por menor que seja ele está mostrando que ele está ali porque nós vivemos nessa dimensão física. Quando se tem uma cultura que fica muito intangível, ela é maravilhosa, mas ela precisa do tangível. O tangível é a materialização. Costumo dizer que temos a mania de separar o bem intangível e o tangível. Ora, o bem intangível naturalmente está tangível. Ele materializa-se. Isso é muito interessante e precisa ser pensado quando se da esta conotação.

Creio que impecável seria o adjetivo que mais se aproxima de você. Você costuma ser impecável em tudo que faz?

Eu tenho uma tendência ao perfeccionismo. Sou detalhista demais. Muitas vezes me perco. Hoje, com o passar do tempo, e claro, com o amadurecimento que o passar do tempo nos concede, eu tive que conscientizar-me de que muitas vezes essa perfeição já não tem a mesma importância, já não é tão essencial. Na verdade nada chega à perfeição e, se insistirmos, o trabalho não flui tanto. Senti isso em alguns trabalhos que eu fiz. Hoje, mesmo tentando ser detalhista, colocando o máximo possível para trazer o máximo possível de esclarecimento e de conhecimento cognitivo, sei da impossibilidade de se chegar à perfeição. Essa é uma visão diferente que o tempo me proporcionou.

Unaí é uma cidade onde muitas culturas convivem ou tentam conviver. Você acha possível as pessoas que não são “raízes” daqui se interessarem pelo que “não pertence a elas”, no caso, a história do passado Unaiense?

A mesma situação que está acontecendo em Paracatu. Paracatu abriu um leque muito grande para moradores que vieram de outros lugares. As universidades, principalmente a de medicina, contribuíram para isso. Ouro Preto já viveu e vive esse processo há muitos anos. Penso que quando alguém mora em algum lugar parte de sua vida está ali. Não tem como eximir a cidade de sua vida. Eu sugiro para qualquer morador, seja aqui ou em outra cidade qualquer, que viva essa cidade, porque ela vai lhe proporcionar estudo, emprego, família… nada mais justo que devolvam algo a ela, ou seja, compartilhe com a cidade que o acolheu. Pensar que alguém vem para Unaí para usá-la é um pensamento errôneo porque seria uma autodestruição. É necessário que a pessoa saiba que se ela vive ou viveu em algum lugar, não importa o tempo, ela sempre terá o momento dela naquela cidade, naquele local.

Voltando às artes, você trabalhou sozinho na construção da maior cidade em miniatura do mundo. Fale um pouco sobre ela.

É verdade. Foi uma obra que fiz na cidade satélite do Gama, no Distrito Federal. Trabalhei dois anos e meio com terra de formigueiro e aditivos. É uma cidade  alusiva às cidades de Minas – Ouro Preto, Mariana – mas é uma cidade fictícia. Ela é um mecanismo para se conhecer o glossário arquitetônico e a história colonial brasileira. É uma obra temática e interativa. No ano que vem ela completará 20 anos de existência.