Reside em mim uma inadequação entre o que me pertence e o que sou. Sinto que sou sem a necessidade de estar atrelada aos pertencimentos. Desnecessários são os laços? Viver com o absurdo do só, fenecer com a vacuidade do só!…
Nada parece real. O dia deixa meu coração agitado; fico alheia a mim, fico alheia ao mundo! Estranho mundo… A vida esvoaça, nada mora em mim, me desconcebo. À noite, – grandes horas – concebo-me, pertenço-me. Minha alma acende e torno-me eles, com laços e nós.
Na noite eu sou o que nasce de mim!
Alda Alves Barbosa