Hoje cultivo rituais silenciosos
Porque as palavras me traem.
Dentro de mim pesa a alma do mundo
e diante da fragilidade do meu corpo
dobro-me os joelhos e minhas feridas
ficam expostas. A dor multiplica-se.
Fui construída para a solidão?
Sinto-me como se um rebanho de ovelhas
tivesse me abandonado, deixando-me à
mercê da fome da alcateia.
Hoje estou aqui só, a esperar os lobos e a morte
num quarto cercado de livros que não possuem
respostas a nenhum questionamento meu.
E fico a pensar na minha insignificância humana
e de minha grandeza pequena, tão única, e que
acentuam a minha necessidade de submissão.
Insisto em permanecer! O chão é grande.
Alda Alves Barbosa