Entardecendo e eu aqui deitado ocupando um pequeno espaço da cama.Livros… livros… canetas (coisa antiga) e papéis ocupam o espaço maior; são meus companheiros de todos os instantes.
Acordei para viver a mesma vida dos ontens. Acordei e o verão já está quase apagando. O sol, luz irradiante, dará lugar ao outono sombrio. Poucas árvores e pequenos tapetes de folhas amarelecidas… Tenho um tapete para sonhar! Sim, sonhar… Para mim a noite foi tecida para os sonhos. Sonhos profundos e inúteis que não passarão de devaneios inúteis. Passei dias embrulhado nos sonhos! Janelas fechadas, mas sentindo o perfume e o silêncio da noite.
Hora de emergir, de arrumar as prateleiras e organizar meus espaços. Hora de abraçar um raio de luar, de procurar estradas levando nas mãos a caneta, o lápis, folhas de papel e inventar mundos. Ou sonhar mundos?
Assim é minha vida… assim são minhas mortes… e é assim que eu ressuscito.
Alda Alves Barbosa