Aguardo a luz da aurora. O silêncio adentrou a noite; adentrou nas palavras. E elas foram crescendo mudas. Esperei. Nenhum movimento, nenhum canto, nenhum ritmo… Apenas palavras que se calaram sob o peso das alegorias. Meu coração emudeceu; energia? nenhuma. O rio secou, as vidas morreram, a escuridão – fantasma de uma noite com palavras silentes – ignora o desespero de quem perdeu a vibração do significado.
Escuridão diante do silêncio são fantasmas que prendem as palavras no cativeiro. E nesta noite sou eu a refém. Sou eu a prisioneira das palavras sem voz. À noite, antes minha companheira, estava se despedindo… Cortava as veias que me ligavam a ela. Retornará, eu sei. Ela me conhece bem. Sabe que é apenas um momento de dor que me inundou… uma certa angústia do comum.
Aguardo a luz da aurora para sepultar as palavras frias, mortas!
Alda Alves Barbosa