Tolerância com as Diferenças

Em pleno terceiro milênio, infelizmente a discriminação e o preconceito ainda estão presentes na humanidade. Aqueles que acreditam que nos dias de hoje as pessoas aceitam e respeitam as diferenças, estão enganados. O mais absurdo é que, apesar de a sociedade contemporânea ser formada por indivíduos com diferentes características físicas e psicológicas, com valores culturais e histórias diversas, o grau de intolerância pelo que é diferente é muito grande. Neste contexto quem sofre mais são as “minorias” discriminadas, formadas por milhões de pessoas ao redor do mundo, que lutam por seus direitos, por” um lugar ao sol.” Apesar de muitas organizações terem como bandeira a luta pelos direitos destas minorias, os resultados não são satisfatórios. Dentre elas merece destaque a Organização das Nações Unidas (ONU), que desde o início tem como um dos princípios objetivos “reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor da pessoa humana,” sem distinção de raça, sexo, língua ou religião. Entretanto, o que se sabe é que a discriminação e o preconceito são sutis, porém mais resistentes e corrosivos do que se pode imaginar. Para milhões de pessoas espelhadas pelo mundo, é muito difícil e praticamente impossível não ser ou deixar de ser alvo de discriminação em seu cotidiano. Inegavelmente estamos caracterizados pela diferença e, no entanto, parece que não sabemos tratá-la. A humanidade – marcada dolorosamente pela escravidão dos negros, pelas guerras religiosas, pelos genocídio dos povos ameríndios, pelo holocausto dos judeus, pela perseguição aos ciganos, pela aversão à homossexualidade, pela submissão das mulheres – deveria não mais permitir nenhuma manifestação de intolerância contra o diferente”. Marcelo Andrade, Professor do Departamento de Educação (PUC) cita as palavras de Paulo Menezes em “Tolerância e religiões’ (Paulina): “a intolerância não é apenas questão de não tolerar as opiniões divergentes; ela é agressiva e, com frequência, assassina, no seu ódio à diversidade alheia.” Humberto Eco em sua obra ‘Cinco escritos morais’ (Record) diz que a intolerância é algo selvagem, sem nenhuma razão explícita ou doutrina que a sustente. ” A intolerância coloca-se antes de qualquer doutrina. Neste sentido, a intolerância tem raízes ideológicas, manifesta-se entre os animais como territorialidade, baseia-se em relações emotivas, muitas vezes superficiais – não suportamos os que são diferentes de nós, porque têm a pele de cor diferente, porque falam uma língua que não compreendemos, porque comem rãs, cães, macacos, porcos, alho, ou porque se fazem tatuar

Fonte: Revista Filosofia – “Grandes Temas – Por Ana Costa

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