Há anos venho construindo muros. Desejo ardentemente a paz que dizem ter as pessoas que despojam dos seus egos; sem alegrias, sem tristezas – O respiro é suficiente. Viver ou morrer? Que importa? A dor não é morte?
Muros construídos e as emoções transpondo esta barreira edificada tão fortemente!
Voltei no tempo. Percebi que ignorei o terreno do coração. Ergui muros numa restrita área; edifiquei muros onde o coração não estava. Impressionada com a imponência da construção, dos adornos com que a enfeitei, não me lembrei de analisar profundamente cada veia que irrigava o enorme terreno. E os muros não puderam cumprir a função de silenciar o que existe do outro lado.
Sentei-me em frente ao computador. Recomeço a minha peregrinação em busca de minha salvação.
Alda Alves Barbosa