Ainda não és lembrança
ainda não és memória,
ainda a vejo com suas
cores amarelas ornando e
sombreando nosso tórrido
cerrado.
Ainda vejo tua cabeleira
loura insinuando nas serranias…
Melancolia do entardecer!
Ainda não és memória,
estás intacta, inteira,
livre para enfeitar este vale,
estas cercanias, este sertão!
Ainda não és lembrança.
Vejo tua estatura poderosa
cantando ao toque suave do vento
melodias ardentes como ardente é
a sua cor: cor de poesia, poético cerrado!
Com tuas flores me completo,
em ti vivo minhas raízes, meu outono…
Deito-me sobre tuas folhas
vejo flores e estrelas,
teço fios de seda, beijo tua
cor quente… Aroma, cor e sonho!
Alda Alves Barbosa