Cheguei em casa após um longo dia de trabalho, calcei o tênis e fui correr. Enquanto corria, habitava em meus pensamentos apenas a enorme vontade de encontrar a cura. Sim, é preciso encontrar a cura! A cura para as pessoas do mundo que estão adoecidas, para as desumanidades, para a falta de amor, para a falta de respeito.
Tudo isso traduzia-se em uma única pergunta: onde vou encontrar a cura?
A indiferença entre os seres espalha dores. São vários os sintomas. Alguns medicam-se com cigarros, drogas, álcool. Outros aquietam-se em si mesmos, afinal não ha o que se fazer. Há aqueles que optam pela fuga: uma ecovila, morar distante da caótica cidade, isolar-se encontrando sinergia em outros. Minhas válvulas de escape não conseguem vazar nenhuma das minhas dores. Por vezes pendo para um dos lados da corda bamba sem sombrinha. E o mais difícil de sentir essa unidualidade da minha mente e meu corpo, é que ambos suplicam veemente pra voltar à realidade. E voltar para a realidade, significa por vezes aceitar o vazio. Será que existe alguem que me compreenda nesse universo? Deve haver, somos petulantes grãos de areia sem escrúpulos.
Danielle Rezende