Meu pobre olhar fixa o crepúsculo
O sol que matiza o céu com tons de vermelho
No véu desta tarde
– Vermelho sangue
– Vermelho vinho
– Vermelho êxtase
Nada sei de mim
Porque vim
Porque tenho que ir
Por que esse véu matizado
Que dá adeus e preenche tudo,
E olho o meu corpo
Tristemente frágil para
Sentir minha pequenez
Diante de um véu
Matizado de tons vermelhos,
Véu imenso, sol a declinar,
Ser cadáver para nascer a noite
E diante desta grandiosidade
Minh ‘alma debruça nesta tarde imensa,
E chora lágrimas
– Cor de sangue
– Cor de vinho
– Cor de êxtase.
Alda Alves Barbosa