Houve uma noite
Um caminho de partida
Um horizonte
Houve uma noite
De águas sonolentas
Minha memória se acende
Ressurge o sol, a lua, as estrelas
Cresce para baixo as velhas
raízes da mangueira
No escuro te vejo
Abraço-te insatisfeita,
Vejo muros, ruas desconhecidas
Jardins visitados e já inexistêntes
Cidades secretas… amor de adeus
O retorno ao dia, às prisões
Um martírio derramando desejo
Clamor orgástico ecoando na
calada da noite.
Tudo que foi teu renascerá
num lodaçal da última noite
Para além das lembranças
Para além da vida.
Alda Alves Barbosa