Descontinuidade

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Adélia Prado Prado, poeta mineira de Divinópolis , costuma dizer:  ” tem dia que vejo pedra e sinto pedra.” É assim mesmo Adélia Prado, não conseguimos ser os mesmos todos os dias. A nossa humanidade não nos permite ter os mesmos sentimentos diante das mesmas situações. A plenitude de um momento não se repete no instante seguinte.

Tem dia que pedra é pedra mesmo. Ela existe para que tropecemos nela, para que acertemos em algo ou em alguém… Há dias que a vida é dura, é pedra. E nesse momento crucial da dureza, o melhor é  tentar aquietar o coração, mesmo sabendo que nesse dia a pedra não fluirá em verso.

Os amanheceres… Ah, os amanheceres… O olhar é outro, as sombras, as formas, as folhas secas, mortas, forrando o chão, as pedras, se transformam. O olhar é outro. Apaixonamos novamente pela vida! Se formos capazes, olhemos mais devagar, mais fundo: as veias pulsam em cada folha, as sombras são sóis, as pedras líquidas desaguam em outros rios.

Silêncio perfeito… Uma palavra descongelada flanando numa folha, uma vontade de infância e tudo aquieta:  a poesia se formou!

Alda Alves Barbosa

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