RAÍZES DA HISTÓRIA
Pertencendo ao Município de Várzea da Palma, o Distrito de Barra do Guaicuí – distante a 23 km de Pirapora, BR 365, sentido Montes Claros – possui, além da beleza natural, um riquíssimo patrimônio histórico e cultural.
A história da Barra é recheada de acontecimentos que remetem ao século XVII, quando o local foi povoado por índios Cariris, emigrados de Santana do Cariri, no Ceará, que chegaram à região, segundo os historiadores, provavelmente em busca de caça e pesca abundantes. A posição geográfica do Distrito do Guaicuí confere importância turística e ecológica a este fascinante pedaço de sertão mineiro. Ali ocorre o encontro das águas do rio das Velhas – significado de Guaicuí em tupi-guarani – com o rio São Francisco. Um encontro que gerou muitas histórias e lendas.
As ruínas da Igreja de Pedra – Igreja Bom Jesus de Matozinhos – é uma atração à parte. Construída pelos escravos no século XVII, entre os anos de 1650 e 1679, às margens do rio das Velhas, tem estilo colonial e foi edificada com pedras e argamassa de cal. A construção, no entanto, nunca foi finalizada. A capela-mor foi construída primeiro, enquanto que a nave nunca chegou a receber cobertura.
Um fato curioso, que chama a atenção dos turistas pela sua peculiaridade, é a existência de uma enorme gameleira que nasceu sobre as paredes há mais de 30 anos. A copa da árvore cresceu e hoje sobressai das ruínas, enquanto suas raízes desceram pela parede e penetraram no solo. Essa parede, mistura de pedras e raízes, permanece inteira sustentando a árvore. De um lado, a pedra, do outro, a força da vida edificando o monumento. A obra do homem e a natureza abraçaram-se para sobreviver ao desgaste do tempo.
Contam as histórias, que, há muito tempo atrás, o Velho Chico, em uma de suas cheias, cobriu com suas águas essa antiga igrejinha, que guardava, entre suas paredes, a triste memória de um pai que havia matado enforcado o seu filho naquelas terras. Talvez o São Francisco, pai de tantos ribeirinhos, tenha se revoltado com a violência e resolveu limpar com suas águas a lembrança desta tragédia familiar. Não se sabe… O Velho Chico, no entanto, depois de sua silenciosa varredura, um dia resolveu recolher seus braços e deixar a história seguir seu curso. Com a seca e com o nível do rio mais baixo, a igreja reapareceu depois de sua longa temporada entre as águas e os peixes, trazendo em seu telhado uma gigantesca Gameleira.
No século XVIII, com as constantes enchentes e febres palúdicas em Guaicuí, a Igreja de Bom Jesus de Matozinhos ficou abandonada. Os moradores procuraram um local mais alto para fixar residência e foram para o vizinho povoado de Porteiras, onde construíram a Igreja de Nossa Senhora de Bom Sucesso, que teve sua opulência até o início do Século XX, quando suas paredes e telhados desabaram. Em 1906, já havia uma vila de pescadores em Guaicuí, onde se deu início a construção da “nova Igreja” Senhor Bom Jesus de Matozinhos, atualmente mantida pela comunidade local.
Outras fotos:
Referências:
http://jeguiando.com/2012/05/10/barra-do-guaicui-mg/
Imagens: Janaína Calaça
Publica mais informações sobre como chegar lá…
Patrícia, nesta quinta-feira, dia 18/03, publicarei as informações que você solicita. Você reside no estado de Minas Gerais?
Grande abraço e obrigada por visitar esta página!
Linda , e muita curiosidade de todos quando visita
José Olinto,
Sua cidade é linda e seu povo também. Tive a felicidade de ter como vizinho uma pessoa daí, fiquei encantada com a seriedade. Devido a ele foi que pesquisei e encontrei este pequeno paraíso! Obrigada e continue nos visitando!