Gosto de andar na madrugada.
Vou ao Rio Preto. É bom redescobrí-lo
em cada ramo que a brisa toca
em cada perfume que dele exala.
Suas águas que nos ontens eram
violentas, hoje correm mansamente.
Basta um pequeno vento insinuar
para estremecer a cintura do meu rio
resultando num bailado em curvas.
Meu velho rio…
Passo minhas mãos sobre tuas rugas
e me torno água. Abro os braços para os
céus, abraço a lua, e envolvo as estrelas
em meus seios flácidos e tuas águas se
transformam num líquido dourado.
Das tuas margens recém-bordadas
de ouro emanam seu canto noturno
que vai se estendendo ao encontro de outros
cantares… Ternamente abraça o “Velho Chico”
Mar de águas doces… Mar doce… Doce mar!
Alda Alves Barbosa