Belisca, a sua história é tão rica em vivências que eu não ouso esmiuçá-la em palavras. Mesmo porque eu não conseguiria relatar com fidelidade as suas verdades, o seu olhar diante do mundo… Como entrar no coração do outro? Como penetrar no seu coração?
Eu poderia agora, na sua ausência, inventá-la. Poderia transformá-la numa mártir; numa vítima de uma sociedade preconceituosa; poderia transformá-la em uma santa, Santa Belisca. Ergueria altares, acenderia velas, perfumaria sua imagem com incensos e pediria a você que intercedesse a Jesus por nós.
Inventar você? Como inventar alguém que viveu com intensidade as penúrias e as alegrias que a vida, num descuido qualquer, deixava permanecer por instantes? Era assim mesmo? A sua vida era só penúrias e alegrias fugidias? Não? Tinha certeza disso. Você não permitiria que ela fosse assim. Se as alegrias não permaneciam, as tristezas não faziam moradas dentro do seu mundo. Festejava os instantes para que a vida continuasse existindo.
Não, você não nasceu para ser inventada ou para se inventar. Você nasceu para ser desafio, para derrubar muros, para andar, não para arrastar. Muitos chãos sentiram a dor da sua pisada forte, decisiva. Em muitos lugares você escreveu histórias e ali deixava pedaços de você. Nunca retornava para resgatá-los, não se desmancha o acontecido. Passado é passado. Continuava a andada mirando outros amanheceres.
Muitas Beliscas faleceram, outras nasceram, mas o que você tinha de melhor permaneceu: a certeza de que somos iguais. Os sobrenomes, os “berços” que foram embalados, profissões… Isso não a impressionava. Sabia-se gente. Quem precisava lutar para acreditar pertencer à raça humana, definitivamente, não era você. Sábia, ignorava as chamadas “diferenças sociais”, ou realmente nunca as viu. Nunca via olhares pequenos! E se houvesse percebido nunca permitiria que muros atrapalhassem seus passos. Ia. A vida existia para ir, para tirar as pedras do caminho, para deitar muros no chão.
Quantas mortes… Quantas vidas… Quantas ressurreições! Como você está se sentindo no Alto? Nós, aqui de baixo, estamos sentindo saudades! Está faltando alguém aqui!
Alda Alves Barbosa
essas imagens sao espetacular! Parabens a todos colaboradores
Obrigada Noemi…E muito obrigada por você, estando tão longe, acessar este site do cerrado unaiense!
Bjs
COMO TUDO QUE FAZ LINDISSIMA HOMENAGEM , FALTAM ME PALAVRAS . POREM VC SABE QUE SOU SUA FA INCONDICIONAL. BJO GRANDE
Alda como sempre nós emocionando a mim pricipalmente primeiro quando falou de Comadre Ana , preta velha encarnada com amor e labuta , e agora com essa homenagem a Bilisca ,sinonimo de mulher CORAGEM DE MULHER FORÇA … DE MULHER MULHER !!!!! ALDA que Unai reconheça essa mulher poetisa filha do rio preto que emociona a todos que beberam agua desse rio e estão longe geograficament, obrigada por valorar as pessoas que realmente fizeram parte de nossas vidas de uma forma tão INTENSA !!!!! BJKAS LINDA agora não mais de Brasilia e sim dos pés do cristo redentor !!!!!!
Monica Fialho
belas palavras … mas é um canto a uma pessoa que chinga quem está trabalhando de vagabunda,uma pessoa grossa e sem educação…
Não sabia da tua morte, Bilisca. Fiquei sabendo agora Iraci, por essa poetisa maravilhosa que é a Alda. Mas você não passou por essa vida em brancas nuvens. Viveu intensamente tudo que vinha à tua cabeça. Lembro de você sempre acelerada. Fazia o que tinha vontade. Era livre.. Gostaria de saber juntamente com a Alda, como está se sentindo aí no alto. Alda, que homenagem linda! Emocionei como sempre, com tudo que escreve. BILISCA, VIU QUE NÃO PASSOU TUA VIDA EM BRANCAS NUVENS???
Ninguém passa, Marcy… Se ninguém escrever sobre nós, nossos familiares nos abraçarão em suas memórias! Abração
Alda nem sei o que dizer a vc. Bilisca sempre lembrada jamais esquecida. E vc homenageando com belas palavras. Amo tudo que escreve amo vc. bjs.