Há dias estou remoendo a minha vida.
Vou lá na poeira vermelha,
nos redemoinhos do
passado e mergulho meus
pés no pó frouxo de cada
rua, de cada beco.
Há dias estou sem verso
para fazer calar a ânsia incontida
de me lançar nas asas da poesia e
traduzir com palavras leves,
ritmadas, a nostalgia que assola o
chão ressequido do meu coração.
Nenhuma palavra enverdece.
Nenhuma palavra floresce.
Todas estão aprisionadas nesse
casulo chamado mulher!
Alda Alves Barbosa