Em mim mora um sonho. E, cada vez que eu o desejo ele vem para mim despido, cru. É a visão de uma estrada reta, enfeitada com excessos de poeira vermelha e, meus pés descalços a cada passada afundam no chão desnudo.
As horas passam como os muitos anos, como décadas, que se passam realmente. O bom deste sonho é o sol, a nitidez com que vejo as esculturas do cerrado, empoeiradas, fingindo-se de mortas enquanto aguardam as chuvas para ressuscitarem… O bom desta imagem é o excesso de claridade que tremula o chão, por entre as árvores, nos capins secos, tórridos… Gosto de buscar este sonho, ele vem sem que seja necessário o desgaste do implorar. Ele vem porque pertence a mim, porque esta estrada é minha e sou eu a percorrer os caminhos. O bom deste sonho são as cores que não exigem mais que a capacidade dos meus olhos e não ultrapassa minha visão.
E ali estou eu, com o cerrado, com o sertão. Só existe algo que me deixa apreensiva: é saber que fora dali não me encontro, me perderia entre outras paisagens, porque este chão eu conheço por amor. Este chão vazio, um descampado, tão sem tampa que sequer encontro uma borboleta, uma pequena flor para mim. Mas mesmo sendo assim eu quero este sonho por gosto de ser feliz. Por quê? Esta resposta eu não a tenho, Estou bem no meu lugar e me submeto a ele.
Eu e o sertão somos felizes!
Alda Alves Barbosa
Realmente está tudo com cara de sertão: secura, torridez, calor…. Isto é sertão…. Chuva Senhor! Manda Chuva Senhor para molhar nossas almas
Esta é verdadeiramente a cara do nosso sertão! Minha memória retém esta paisagem rústica, vivência da minha infância e um pouco da adolescência. Constrastando com esta rudeza tórrida, o meu amor sertanejo é cru, mas tem a simplicidade dos que amam sem motivos… amam porque amam!
Beijos Bárbara Bela