Considerada a maior cantora do Brasil, Elis faleceu aos 36 anos em 1982. Sua arte continua sendo reverenciada e relembrada por novos artistas.
Falar de Elis é falar da poética dos instantes, dos muitos instantes que se cobre com o manto das palavras e canta com beleza a complexidade da existência.
Nasci para a beleza musical com o surgimento dos Beatles e Elis Regina. Sei… São tão diferentes no estilo, mas esta era a certidão que me identificava com o mundo. No dia de hoje estou construindo meu “antigamente”. Hoje estou convocando as saudades. Ponho-as sobre a mesa e vou para o computador. Preciso escrever a poética dos instantes… Vasculho tudo: início de carreira, lutas, glórias e o fim. Fim que não findou. A música da “Pimentinha” continua temperando minha vida tecendo sonhos e saudades boas. Sua voz transita entre a leveza e a fortaleza. Ambas apaixonantes. Estas duas vertentes se unem unificando a música à alma e o corpo… Dualidade que me apaixona!
Um dia fui obrigada a amanhecer sem ela, sem a sua voz, sem os seus gestos, prevaleceu à névoa…
E hoje comemoro a tristeza preciosa da herança que Elis deixou para nós brasileiros e para o mundo. Hoje convido a tristeza a tomar parte da minha alegria porque estou viva para continuar me alimentando desta voz tão singular! Após trinta anos, há um amanhecer nascendo nas minhas noites profundas!
Ainda bem que muitas mortes custam a morrer!
- Alda Alves Barbosa