NO RITMO QUE A VIDA DÁ

Pessoas chegam de todos os lugares possíveis e inimagináveis. Chegam ali apressadas. Algumas com sorrisos no rosto, outras com semblantes taciturnos… abraçam, beijam, sobem escadas rolantes, entram em lojas, observam vitrines, descem escadas… sobem, compram…Parecem desconectas da realidade, um formigueiro de gente que olha mas não vê. Não percebem os detalhes que estão à sua volta, estão com pressa, mas parecem não saber de quê. Talvez imaginem que o ato de andar comedidamente, de olhar os passantes, de enriquecer o olhar não faz mais parte da vida. O dia está rápido e eles têm que andar na rapidez do dia. Pressa? Não estão com pressa, a vida é que está exigindo, gritando para acelerar o passo. É moda empanturrar de compromissos, ser solicitado! É tão importante correr elegantemente. Tem como correr assim… elegantemente? Tudo tem como, desde que seja rápido… acelerado. Alguém passa a mão no rosto. Impaciente olha para os lados, desarruma os cabelos e continua na caminhada intrépida, parece não saber para onde deseja ir. Aos olhos de quem de fato observa os acontecimentos é tudo tão estranho! Não entendo o porquê, mas o filme baseado no livro de José Saramago “Ensaio sobre aa Cegueira” me veio à mente. Um esbarrão desajeitado, um pedido de desculpas que não veio me dá a resposta. Do segundo andar, um jovem de cabelos cacheados também parece buscar o entendimento da situação. Queria poder pausar aquele momento. Epifania! Ele também já se foi… No formigueiro o caos continua ininterruptamente. A vida incendeia, cinzas espalham pelos rostos…

Danielle Rezende e Alda Alves Barbosa

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