PARÁFRASE DA CRÔNICA DE ARNALDO JABOR – JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO
Para escrever sobre nós mulheres, não me contentei em falar apenas o que meu olhar vê e minha mente reflete. Busquei nos escritores famosos, nos formadores de opiniões o pensamento deles sobre a nova mulher. Cada um teceu a sua impressão sobre cada aspecto diferente deste espantoso gênero feminino: “MULHER.” Detalhes focados nas impressões, não nas certezas, porque não se pode olhar o interior de alguém, apenas as atitudes podem refletir, mas não necessariamente ser. Esta análise do lado “abstrato” do feminino, sua delicadeza, sua capacidade de doar, de perdoar, “ser Mãezona,” sua incansável coragem… Frases feitas enobrecendo aquilo que considero hipocrisia do masculino. É como se falassem do índio, do pobre, das crianças… Não, mulher não é isto. A ela foi imposta esta dependência paternalista, como forma de sangrar a alma e o corpo. Não considero a mulher como vítima, portanto, acredito que não há necessidade de lastimá-la ou ovacioná-la. A importância delas é afirmativa, pois estão muito mais próximas que os homens desta realidade, deste mundo sem fronteiras, sem amanhãs significativos. Elas não transitam por estradas em busca de um apenas um “sentido,” escolhem nas bifurcações os caminhos mais complexos porque elas são a complexidade sem grades, e a imprevisibilidade da natureza. Como diz Arnaldo Jabor nesta crônica a qual estou fazendo a paráfrase sobre o Dia Internacional da Mulher, obviamente falou-se muito dela e nela, ele escreve: “o homem se crê acima do mistério, mas as mulheres estão dentro.” São inacessíveis como a realidade que o homem acha que controla. A mulher metaforiza o pensamento, o homem nomeia uma coisa por outra, isto é, a mulher compõe quadros mentais, trabalha o pensamento como arte. O homem quer o todo, o começo, o meio e o fim. A mulher não é enigma, não é indecifrável, os homens é que são e se disfarçam de solidez. A mulher é mãe natureza, é mãe terra, é metafísica. As mulheres nunca conseguem saber o que verdadeiramente querem, são seres humanos, os homens fingem que sabem. Desejar o impossível é a característica dela, mas é justamente nisto que está a sua beleza… Elas desmontam corações, como terremotos derrubam o mundo dos homens e os fazem apaixonados porque procuram um significado que não existe e por isto nunca chega. O único mistério da mulher é ser considerada mistério. E neste mistério o homem nunca chegará porque ele não existe, é apenas o outro que habita. Os homens são o que elas querem que eles sejam e eles não percebem isto, ou fingem não perceber. O que une o homem e a mulher no amor é a tentativa de preencher este abismo existencial de cada um. E este abismo perdurará… Porque a mulher é… O homem finge ser…
Alda Alves Barbosa
Excelente sua paráfrase, Alda! Eu me encanto com sua forma tão informal e tão sensível ao expressar a respeito de qualquer assunto. Você nasceu para dar vida às palavras que, sei muito bem, brotam do seu coração. Não precisa nem ficar pensando o que irá escrever; vai escrevendo e ao terminar seja qualquer gênero textual, dá nisso aí que acabo de admirar! Você é muito especial como mulher unaiense, escritora, poetisa e muito mais… Meu abraço carinhoso!
Olá Sônia,
Sua foto continua como o mundo… Suas palavras são consoladoras e incentivadoras. Mas no fundo fico constrangida, não sou tudo isto não. Apenas tento passar um pouco o suor que extraio de cada palavra. Sim, é verdade que vou escrevendo, não sei para que rumo eu vou andando, mas sempre acaba do jeito muito parecido com o que eu queria passar. Obrigada pela sua linda amizade, pelo seu carinho por mim, me sinto orgulhosa de ser sua amiga!
Abraços