RIO PRETO – A LUTA PELA VIDA

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Doces águas do Rio Preto
Que brune meu olhar de
Pescadora de letras,
Diante de teu cantar manso,
Abraço teu leito escuro,
Debruço sobre teu curso poético
E derramo gotas lacrimais às suas
Águas, tecidas pelo teu canto lúgubre.

Velho rio
Do velho sertão sulcado, desmatado,
Perecível como a própria humanidade,
Nascido de águas generosas, hoje fala ao céu
Com palavras soturnas, mendigando um olhar
Daqueles que habitam a terra sertaneja, terra
Seca, árida, umedecida pelo teu cantar
Implorante de permanência.

Rio de terra e vidas,
Rio que faz a história deste chão
Repartindo, existindo… Hoje recolhe
Aqui e além chão, o doce remédio para
Que suas águas não sofram a morte lenta
Do teu útero vazio.

Eu sertaneja de terras pobres, áridas.
Do ouro de raios de sol, onde o galope
Dos homens se reúnem para abrir cicatrizes
Na natureza, vos digo: Aqui vim pedir que
Abram caminhos para ressuscitar o nosso rio.
Derrame em suas águas o sêmen; tirem de
Suas margens seus cestos de pescadores,
Deixe o Rio Preto gestar, parir e multiplicar
O amor que deságua nas solidões de vidas.
Meu rio humano…!

Alda Alves Barbosa
Unaí, 12 de outubro de 2011

2 pensamentos sobre “RIO PRETO – A LUTA PELA VIDA

  1. Glorinha, não quero passar uma imagem de pessoa pretensiosa porque não o sou, mas tenho este poema, Rio Preto- A luta pela vida – como um presente de Deus! Foi Ele que colocou em meu coração as palavras, o ritmo para pedir socorro para que deixem gestar peixes no útero do meu rio cor de noite. Este é meu rio e meu poema!
    Beijos minha querida amiga, fica com Deus

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