Não aprovo datas específicas…Dia meu… Dia seu… Dia de todos nós. Não sei lidar com esta contemporização do “dia”, do tempo determinado, na negligência do amanhã e do agora no amanhã. Os outros dias parecem crus, sem o cozimento do que é verdadeiro, sem a saciedade do que se escolheu para ser. A solenidade do dia comemorado já não é tão solene assim, perdeu-se no que já se foi comemorado. Por isso os dias deveriam ser ritos de vida, do estar no ser. Estar no ser é estar no núcleo do que se é, é entregar ao outro o saber, esta é a trajetória, esta é a matéria-prima do professor, através dele o outro vai se construindo, vai sendo, vai se revelando. Estou construindo a desconstrução do passado, estou falando do momento presente ou estou revelando o futuro jogando as cartas para predizer o amanhã do professor?Tio? Educador? Saco de pancadas? A descaracterização do sublime através dos contrários que ensombreiam a imagem, descontinuando o caminho e delimitando a condição da sabedoria. Educador/tio/saco de pancadas é o mais aquilo que não é, o não ser, presente na letargia da genealogia, é o negligenciável. Professor/Educador, você é o rosto que fascina, é o orgasmo da beleza extrema da sabedoria, é o corpo caído nas calçadas das escolas, é o sangue que goteja emudecendo a insaciabilidade das palavras professorais.
Alda Alves Barbosa