A Casa da Cultura em Unaí nasceu como se fosse “um alecrim que nasceu no campo sem ser semeado”, no dizer da música popular. Na verdade se nasceu é porque alguém plantou. Mas este “alguém” não fomos nós propriamente ditos. Fomos apenas o terreno para que esta casa, que absorverá nosso jeito de ser e de viver, nascesse. Há tempos que nós, Unaienses, e os que escolheram fazer deste chão sua morada, sentíamos esta necessidade de termos nossas características de como “estar na vida”, mostrada, demonstrada, em um lugar onde pudéssemos nos ver ali. E o que precisava nascer está nascendo… Parto difícil, exigindo paciência na dor de quem se propõe construir uma engrenagem modificadora e multiplicadora. Este parto me deixa numa expectativa muito grande, principalmente após a minha visita à casa da nossa cultura: me pego vendo cada pedacinho dela significando um todo. Não há como não mudar o olhar diante de questões fundamentais como a de nos ver diante do nosso retrato cultural. Talvez muitos de nós estejamos perguntando: “Por quê e “para quê– e acrescentaria – “Para quem vale a pena?” Só que estas e outras questões são demasiadamente grandes para ficarem restritas a um texto. Mas a resposta pode ser dada sem muita profundidade, mas sem superficialidade também. A Casa da Cultura está nascendo para aprofundar o que sempre ficou em suspenso: está nascendo de uma necessidade quase que imediata de nos encontrarmos, de nos vermos, de responder a eterna pergunta: Quem é o povo unaiense? De onde eles vieram? Do que gostam? Do que… Do que… Estas respostas virão à medida que cada canto da “Casa da Cultura” for preenchido por “Pedaços de nós.” Em cada “nós” existe uma familiaridade com os Drummond, os Pessoas, violeiros, as Adélias Prados, as donas Bentas, os Rolandos Boldrins, as Inezitas Barrosos… Ali encontraremos para ouvir, contar e cantar, fazer, aplaudir. Faremos disto o nosso cotidiano: uma exigência que se pode traduzir como sendo de beleza, de amor, de liberdade de ser do jeito que somos: mineiros sim, mas das Gerais.
Alda Alves Barbosa
Oi Alda,
,Faz apenas dois anos que estou aqui. Gosto daqui, mas na verdade falta tudo que uma cidade organizada, bem administrada precisa. Não temos escolhas, sempre barzinho e muita bagunça. Fiquei satisfeita quando li o seu artigo sobre a Casa da Cultura, queria parabenizá-la pelo estilo, bem poético, como sempre. Falta em Unaí alguém que se interesse pela cidade, ela tem tudo para ser próspera, como diz em minha terra “entrar nos eixos.” Estou torcendo , tbm terei onde ir. Você é 10
Maísa, Unaí está despertando para outras formas de viver a vida. Há pouquíssimos anos atrás não tínhamos um “MUSEU.” Hoje já vemos uma pessoa não/política se envolver com a fundação da CASA DA CULTURA. Precisamos mesmos, nós de Unaí, e os que escolheram para aqui morar, abraçar as causas desta terra. Cada pessoa cuidar da sua porta, plantar sua árvore, cuidar de um jardim, ou seja apadrinhar um. Delegar tudo a políticos não faz sentido neste momento em que o país passa por tanta corrupção. Temos nós mesmos que pensar nosso chão. Pensar como podemos agregar o que podemos fazer ao que necessita ser feito. Penso que logo teremos uma universidade, um parque ecológico, teatro. Mas primeiro precisamos desenvolver esta necessidade na população, porque so vejo festas nesta terra, falta interesse pela cultura. Então primeiro trabalhar o povo, depois mãos à obra!
Com carinho,