Pé de Cerrado

“Em cima de mim o mundo fica à sua mercê
Você roda em mim e o mundo embaixo de você. ”
(A Bicicleta -Toquinho)

Utilizar a conhecida e porque não, íntima bicicleta, tornou-se algo frequente em algumas cidades. Dentre os motivos para muitos adotarem a magrela como meio de transporte estão: a preocupação em preservar o meio ambiente, o stress causado no trânsito que acaba por gerar danos à saúde, e a própria busca pela melhoria da  qualidade de vida, introduzindo maior dinâmica e movimento ao dia a dia.
Na discussão sobre como melhorar as condições do trânsito nas principais vias,  o ponto principal está no controle do tráfego de carros. Isso ocorre devido à preferência da população ao transporte rodoviário. Algo perceptível no discurso de grande parte das pessoas que sonham em adquirir um carro próprio. Sonho de certa forma belo, pois demonstra  a determinação, a garra para atingir o objetivo intrínseco. A cultura é forte. Quero trabalhar, ter a minha casa, constituir minha família e… lá está ele, quero ter o MEU CARRO. Não há pecado algum nisso. Não é algo absurdo ou inaceitável. Absurdo é imaginar que grande parte de toda a população do planeta também pensa da mesma forma, inaceitável é utilizar APENAS esse automóvel como meio de transporte. É cada vez mais comum, encontrar famílias de 4/5 pessoas, onde cada pessoa que convive  na mesma casa, possui um automóvel.
É claro que fatores como a falta de transportes coletivos de qualidade, acabam por incentivar essa busca constante pela aquisição de um carro próprio. Por outro lado, não faltam idéias e propostas para melhorar os congestionamentos tornando mais rápida a locomoção.
A utilização das bicicletas pedem uma série de ações por parte das administrações  públicas, incluindo construção de ciclovias e ciclofaixas, além de sinalização adequada, estacionamentos, rotas para a circulação para evitar irregularidades nos trechos e uma reeducação no trânsito de forma a evitar acidentes entre motoristas,  pedestres e ciclistas.
Um levantamento realizado pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), mostra algumas vantagens da bicicleta como meio de locomoção: baixo custo na aquisição e manutenção, reduzido impacto ambiental, colabora na saúde do usuário, agilidade no deslocamento de até 5 quilômetros e menor interferência desse meio de transporte no espaço público da cidade.
Algumas dicas são válidas àqueles que decidirem optar pela bicicleta como meio de transporte (idéias retiradas de http://www.minhavida.com.br/conteudo/11929-Adote-sete-medidas-antes-de-usar-a-bicicleta-para-ir-trabalhar.htm)
1) Acostumar-se com a idéia – pedalar de vez em quando até acostumar com o esforço; caso utilize para chegar ao trabalho, saber exatamente a distância do  trajeto a ser percorrido;
2) A roupa: atentar-se para a escolha de peças leves, e caso seja necessário, deixar uma peça no local de trabalho. Não é extraordinário observar  homens pedalando de trajes como camisa, calça social e gravata, principalmente em países que fomentam essa idéia;
3) Usando o tempo a seu favor: mesmo sendo um meio muitas vezes mais rápido do que o carro, o ritmo deve ser mais lento e é preciso se recompor antes de começar o trabalho;
4) De olho no clima: cuidados são necessários, tanto em condições de sol forte (lembrar dos óculos escuros e protetor solar), e no caso de chuva (capa de chuva e roupa reserva);
5) Acessórios: itens como luvas, capacetes são imprenscindíveis para segurança;
6) Outra opção: tenha sempre um plano reserva! Nem sempre as bicicletas dão conta do recado. Clima extremamente desfavorável, ou indisposição para pedalar, às vezes pedem outra opção, por isso é importante ter cartas na manga;
7) Incentivando: depois de introduzir a bicicleta ao seu dia-a-dia, incentive mais pessoas a adquirirem o mesmo hábito ,torna-se mais fácil para você quando pessoas do seu convívio também fazem o mesmo.

A lógica predominante que oferece privilégios ao transporte viário precisa ser quebrada para que se possa viabilizar outros meios de transporte que favoreçam o trânsito, a cidade e o meio ambiente.

Danielle Rezende