No amor não seja um pedinte: não peça um abraço, não peça um beijo, não peça carinho. Esta atitude não combina com um sentimento que necessita de atitudes espontâneas, livres. O pedinte de amor inviabiliza a possibilidade de dar e receber afetos. Como abraçar, beijar depois de ouvir a súplica, “me dá um abraço”, “me dá um beijo? Como fazer sexo depois de ouvir “Não faz sexo mais comigo?”O que deveria ser fruto de vontade própria, passa a ser obrigação, o que deveria ser escolha passa a ser dever, o que deveria ser desejo passa ser imposição. Por que tornar a convivência em moeda de troca, em coleta de afetos? Será que não se está levando para a carne todas as negações da vida? Qual a satisfação da imposição de regras, de controlar o que é para ser incontrolável? Questionamento difícil, e mais difícil é dar uma resposta que corresponda exatamente a uma pergunta que já tem a resposta implícita. Por que este prazer de colocar no outro o peso da culpa por não estar em sintonia com as suas querências? O “mendigo” afetivo assume a postura de credor: o outro lhe deve amor, o outro lhe deve felicidade, ao outro cabe carregar o peso de sua existência, se responsabilizar pela vida que não é dele. Nesta mendicância há uma superioridade escondida, a de estabelecer prazo para receber afagos. Como cobrar o que é espontâneo, o que surge do olhar? Esta cobrança, este tesoureiro de afetos tem nome: prepotência, carência arrogante, “furta o amor para gastar com a solidão.” Este “pedinte afetivo” não tem ciúmes, não tem insegurança, mas dentro dele habita o autoritarismo, a posse, a não permissão dos desejos contrários. Ah, se a pessoa que o “mendigo afetivo” ama, não o beija no exato momento que ele deseja ser beijado! Os exageros infantis se afloram pelo excesso do querer monopolizar. É o proprietário reivindicando seus direitos. No amor o que prevalece é a linguagem de sinais. Deixa-se de lado as palavras, despreza por momentos o contato físico, abraça o olhar e toca o corpo do outro na fala corporal… Mas tudo isso depende da reciprocidade, de estarem sintonizados na mesma querência. Há momentos no amor que exigem sussurros… Eufonia… Leveza… Amar por caridade, por prepotência, a cobrança será inevitável. Portanto, diferencie a expectativa do amor, a alegria intensa da sensação de bem-estar, a depressão da tristeza, da dor. Cuide-se para que não seja criado dentro de si alguém que não existe fora, e nem fora de si alguém que não existe dentro. O amor não necessita de reformulações a cada momento, nem admite ficar refém do outro: o amor é por si mesmo, é lento, é leve, é amoroso e… Livre.
Alda Alves Barbosa
Minha linda, você disse tudo. Quando há o amor verdadeiro, as pessoas se entendem num simples olhar. Basta um olhar nos olhos para um saber o que o outro quer. Não precisa ser um pedinte pra dizer que quer fazer amor, a espontaneidade é automática, sempre os dois querendo, isso é muito bom, é tudo de bom. Não preciso chegar pra ela e dizer que quero roubar um beijo, Esse beijo já vem de livre e espontânea vontade. Levar para a cama é sentir o cheiro exalar pelo corpo como um convite inevitável. Ah, só de pensar me dá arrepios…..Vou parar por aqui pra não me descontrolar…..rsrrsr….Beijos
É verdade, mas fico daqui a pensar com meus botões… Por que você não olha nos olhos, porque você não aceita a proposta? Basta apenas um olhar… E como é este seu olhar? Quem ama deixa o outro livre para quem ele quiser amar.
Com carinho