Acredito no amor. Acredito no amor de todos os jeitos, de todas as formas. Por isso tenho também como amor verdadeiro o amor virtual. Lançar mão de argumentos racionais para a distância da carne para dizer que o fato de estar distante é mais fácil de enganar, que as pessoas não se conhecem e podem acontecer desilusões, desenganos… Acredito no amor virtual porque nada pode ser mais expressivo, mais verdadeiro do que conhecer alguém pela linguagem. Não há como me convencer do contrário, a ausência do calor humano na Web, a presença desconcertante de pseudônimos irônicos, das fachadas enunciadas denunciadas por aí. O que acontece na internet reproduz a vida com seus erros e acertos. O bom mesmo é não exagerar na desconfiança. Quem ama o outro virtualmente traz dentro de si expectativas, ansiedades. É como apresentar uma peça teatral de improviso e, na querência da conquista do público, vai indo aos poucos acrescentando naturalidade à medida que o tempo vai passando, sem o medo e os avisos em falso das fisionomias. Na reciprocidade há a esperança de ser amado passa a residir e se esquece as dores, os percalços da vida. A esperança aceita tudo e transforma tudo. Um gesto mais leve, uma resposta que aquece o coração, um adjetivo bonito numa frase, a afetuosidade, pronto, o amor está instalado. O julgamento da aparência inexiste, existe sim o julgamento do que se imagina ser, do que se deseja, do que se cria do outro. Adivinhar é colocar asas nos pensamentos, e dar mais atenção às impressões. Pode parecer alienação ficar horas diante de uma câmera e computador. Mas isso equivale a envolvimento, amizade, compromisso. É imaginar o perfume, seduzir lentamente. Qualquer paixão oferece sempre mais do que é pedido, solicitado. O amor virtual representa as preliminares nas relações: rodeios, educação, leveza. Há uma hesitação no falar e esta fala é devolvida no encantamento da persuasão. No amor virtual a linguagem é o corpo. E entregar a linguagem é esquecer de tudo lá fora para escutar os trovões, a chuva caindo. É puxar da memória as lembranças do sorvete, da bola de gude. Conversa-se sobre a meninice, cultivando a beleza do que nem tinha noção, sem sensações do ridículo, sem o sentimento de purificação. Abrem-se as guardas aos defeitos: a autocrítica em risos, a compreensão em cumplicidade. É uma desatenção que converge numa meditação sobre si mesmo. E a vida vem para a superfície para ser contada e narrada. Amor virtual é primeiro conhecer um conjunto de palavras para depois conhecer o som do coração.
Alda Alves Barbosa
“Amor virtual é primeiro conhecer um conjunto de palavras para depois conhecer o som do coração.”
Bem sacado Alda!
“…Quem vê palavras não vê coração”
E não é Carlos, você fez o trocadilho perfeito. Antigamente era “quem vê cara não vê coração”. Hoje, com o passado já passado no tempo e com mudanças climáticas, mudança no conceito de família, mudança… mudança. O ditado tão das nossas bisavós, teria que sair de circulação urgentemente. Saiu. Hoje é “Quem vê palavras não vê coração.”Mas sabe que em muitos casos o virtual costuma casar no real? verdade!
Alda,
Muito legal, no códgo civil, existe a possibilidade de se casar por procuração. eu tinha um tio-avô, que namorou com a mais nova, e no dia do casamento, casou-se com a mais velha (o constume da época permitia), ou seja a mais velha tinha que casar primeiro. Tenho escutado coisa boas e ruins sobre o amor virtual, como sou minerim e desconfiado, prefiro à lingua do que a linguagem,
Abraço a todos
Orlando – DF 21.03.2011
rsrsrsrsrs Orlando, não aguento você e o Carlos não, viu os comentários dele? Se não viu, veja. Mas sabe que eu acredito mesmo? Não é apenas um texto, é realmente o que sinto. Claro que existe os “poréns”, mas pode dar certo sim. Conheço pessoas que hoje estão casados e se conheceram pela internet. Sorte? Pode ser. Riscos todos nós corremos no real e no virtual. Mas entre a língua e a linguagem, prefiro as duas. Orlando, gostei deste tio-avô seu, aqui em casa tinha pessoa que o pai dele ia casar com a que hoje é tia dele, questão de dias trocou de noiva… Advinhou? rsrsrsrsr. Na vida meu amigo, o bom é amar e amar e amar… Sem isto a vida seria de monotonia sem igual. Entre na Unainet, tem um texto meu “Unaí sem fronteiras”, você vai se lembrar dos velhos tempos…
Um grande abraço,
Alda
….Acho muito oportuno este texto!!! Acho que a maioria dos que usam a internet hoje,teve,tem ou tera um amor virtual…ou um romance virtual! É uma oportunidade de estar numa situaçao muitas vezes surreal,pode ser bom ou nao, depende de como assimilará!!
Allvan, pessoalmente concordo com você. É realmente uma situação surreal., é um automatismo puro, capaz de dar liberdade às emoções subconscientes sem controle da razão ou emoção. Mais do que surreal é uma situação atípica que pode ou não dar certa, mas não deixa de ter seu lado bonito da imaginação, do inventar o outro. Como você mesmo afirmou, pode ser bom ou ruim, depende das expectativas que se tem.
Abraços
Alda
Alda,
Li o seu texto,Unaí sem fronteiras achei muito legal e me vi em quase todos os momentos e situações descritos, eu acrescentaria as festas juninas do Carmo e a vinda de Jerry Adriani em 1969 que parou Unai. Marcaram época também os tiradores de areia (material de construção)no rio. Principalmente o velho canoeiro Pedro Galo, se você não o conhece deveria conhecer, “Uma figuraça” . Não posso me lembrar muito, pois começo a chorar e pra parar é um sacrifício.
Mercidíssima a homenagem que a cidade faz ao Sr. Álvaro, a quem também o parabenizo na pessoa da filha. Parabéns.
Abraço.
Orlando 24.03.2011
Caro Orlando,
Vejo sempre os seus textos nesse blog e estou tentando lembrar de vc. Realmente vc viveu e conhece as histórias de nossa querida Unaí. Lembro-me da vinda de Jerry Adriani, e ele ficou hospedado na casa de uma das figuras proeminentes de Unaí (naquela época não tinhamos bons hoteis). A cidade realmente parou, foi um “alvoroço”. Quanto aos canoeiros da boca da ponte (tiradores de areia), convivi de perto com vários deles, especialmente os do Bairro Capim Branco onde nasci, na rua do “coqueiro”. Zé “baixim”, Estevão, “morché”, inclusive, em minha adolescencia os ajudei muitas vezes pelo Rio Preto na árdua tarefa de recolher a areia, que era retirada da beira do Rio por carroças e vendidas no comércio da cidade.Hj estou residindo em Paracatu, mas sempre estou por lá para rever estas pessoas que marcaram época.
Um abraço
Geraldo Alves
Orlando, lembrei sim, mas você sabe que tem um número de caracteres para o texto. Como disse, só mesmo através de um livro é que eu poderia falar sobre tudo e todos que existiram e muitos ainda existem neste chão. Hoje estou como você, lembranças… Hoje estou nos ontens, não aceito viver no “agora”. Decidi que hoje, passarei todo o dia visitando o passado.
Amanhã retornarei. Já comprei passagem área, voltarei nas asas do vento, do pouco vento que balança timidamente as folhas das árvores do cerrado.
Um grande abraço meu querido amigo
As pessoas sempre procuram um complemento para si, para a alma… E a maneira como esse processo se torna possível não é o que importa. A essência da procura é muito mais saborosa, seja ela virtual ou não. A tecnologia trouxe-nos as inúmeras possibilidades de contato, sem imagem, com imagem, enfim, você simplesmente se comunica, quando e onde desejar. E é assim mesmo, Alda, buscamos sempre o amor, nas suas diversas formas… E continuemos buscá-lo, não é mesmo?
Abraços enormes
Viviane de Oliveira
Viviane, esta é a nossa eterna busca… O amor dos amigos, do filhos, dos parentes… Ea tecnologia facilitou estes encontros, trazendo para perto de nós os que estão distantes e que amamos, mesmo que virtualmente. Fico pensando nas centenas de milhares de pessoas que vivem virtualmente, o que não é bom, mas foi a única forma que encontraram para integrar e participar do mundo. Conheço pessoas assim que vivem em metrópole e se recolheram no mundo virtual. Este é o lado negativo entre tantos lados positivos. A internet ajuda as pessoas a se inventarem e a inventarem as pessoas, e as personagens sempre são aquelas que sonharam ser ou queriam que fizessem parte de suas vidas. Talvez uma beleza… Um jeito de ser… A imaginação voa.
Quando vier visitar sua terrinha quente, venha me visitar também.
Um grande abraço, Viviane
Lindo seu texto “Amor Vitual” minha linda! O amor virtual muitas vezes chega ser mais verdadeiro do que um amor real, pois a expectativa do primeiro encontro, do primeiro olhar e do primeiro sorriso contagia o coração de tal maneira que as vezes tira noites de sono. Mas acima de tudo vale pela boa amizade criada a distância e que não se vê a hora de estar perto nem que seja por uma tela de computador. Amor virtual é tudo isso e mais alguma coisa. Viva sempre que puder um grande amor virtual, pois um dia ele pode ser tornar em um grande amor real…., pois já tem meio caminho andado….Um grande beijo e continue sempre escrevendo essas coisas lindas que só você sabe expressar de maneira tão maravilhosa….
eu adorei suas palavras sua forma de se expressar as palavras, eu procuro um amor mas hoje em dia me pareçe que virtual é mais facil rsrrsrs parabens…